Paris, 29 jul (EFE).- A Renault perdeu 2,712 bilhões de euros no
primeiro semestre do ano, frente ao lucro de 1,581 bilhão de euros
no mesmo período de 2008, anunciou hoje a montadora francesa.
No entanto, a empresa ressaltou que os resultados do segundo
trimestre de 2009 foram menos piores do que os do primeiro.
Segundo um comunicado da Renault, as perdas da primeira metade do
ano estiveram ligadas à "queda brutal do conjunto dos mercados" e
aos resultados negativos de suas filiais e grupos associados, que
somaram um prejuízo de 1,584 bilhões de euros, sendo 1,217 bilhão
pela Nissan; 196 milhões pela Volvo e 182 milhões pela russa
AvtoVAZ.
A empresa assinalou que a contribuição negativa da Nissan se
concentrou no primeiro trimestre (1,151 bilhão de euros), para
diminuir marcadamente no segundo (60 milhões de euros).
O afundamento das vendas da Renault apareceu nos 946 milhões de
euro de perdas por operações entre janeiro e junho deste ano, frente
aos 845 milhões de euros positivos do mesmo período do ano passado.
A margem operacional também ficou no vermelho na primeira metade
do ano em 620 milhões de euros, frente aos 865 milhões de euros
positivos entre janeiro e junho de 2008.
A atividade automobilística representou um prejuízo de 869
milhões de euros nessa margem operacional, uma piora de 1,467 bilhão
de euros frente ao mesmo período do ano passado provocada
principalmente pela queda de 978 milhões de euros nas vendas de
carros.
As atividades de financiamento, por outro lado, mostraram
"capacidade de resistência", segundo a Renault, já que tiveram
margem operacional de 249 milhões de euros, equivalente a 28% de seu
faturamento.
O faturamento sofreu queda de 23,7%, para 15,991 bilhões de
euros. Descontado o impacto das variações das taxas de câmbio, a
baixa foi de 21,5%.
A divisão automobilística foi a que teve a maior queda: 24,2%,
para 15,101 bilhões de euros. A Renault, entretanto, insistiu em
evidenciar sinais de uma menor deterioração desde abril. A
diminuição do volume de negócios, por exemplo, que tinha sido de
30,8% no primeiro trimestre, passou a ser de 16,9% no segundo.
A filial de financiamento contribuiu com 890 milhões de euros
para a receita da Renault, o que representa queda de 14,7%.
O presidente da empresa, o brasileiro Carlos Ghosn, declarou que,
como a montadora "antecipou a crise" desde julho de 2008, agora "a
Renault resiste", o que seria comprovado pelo fluxo de caixa
"significativamente positivo", com 848 milhões de euros na primeira
metade do ano, principalmente por causa da diminuição de 25% nas
despesas em pesquisa e desenvolvimento frente ao primeiro semestre
de 2007.
Agora, a Renault espera um retrocesso de 12% nas vendas em
relação ao ano passado, e não mais de 15%, com mais de 57 milhões de
unidades vendidas. EFE