São Paulo, 30 ago (EFE).- O Santander anunciou hoje a assinatura
de um contrato pelo qual vai comprar seis aviões da Empresa
Brasileira de Aeronáutica (Embraer) por US$ 250 milhões para depois
alugá-los à Azul Linhas Áereas, que terá a opção de compra em 12
anos.
O acordo compromete o Santander, a Embraer, a Azul e o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que
financiará 80% das aeronaves, segundo um comunicado divulgado hoje
pelo Santander.
"A operação inédita é um leasing (arrendamento mercantil) no qual
o Santander compra os aviões do tipo 195 de Embraer com 80% de
financiamento do BNDES e os aluga a Azul", segundo a nota.
O Santander pagará os 20% restantes do valor dos aviões e
assumirá a dívida com o BNDES, por isso que terá as aeronaves sob
sua custódia, explicaram à Agência Efe fontes do banco.
A Azul terá a opção de compra das aeronaves em 12 anos, quando o
Santander terminar de pagar a dívida com o BNDES.
O negócio permitirá o financiamento total das aeronaves a um
custo competitivo e ajudará a Azul, uma empresa que iniciou suas
operações em dezembro de 2008, a seguir investindo na expansão de
sua frota.
Pelo acordo, a companhia aérea pagará aluguéis semestrais durante
os 12 anos da amortização da dívida e no fim do período definirá com
o Santander se adquire as aeronaves ou se continua alugando.
"O Santander desenvolveu uma área de negócios especializada em
financiamento para companhias aéreas e é o único banco a contar com
uma estrutura desse tipo. Isso nos ajudou a definir uma relação com
Azul na qual as duas partes ganham", afirmou Mauricio César Farias,
superintendente executivo do Santander, citado no comunicado.
"O longo prazo para o pagamento ao Santander e a possibilidade de
poder financiar 100% deixam o caixa da empresa mais livre para
investir na expansão da frota", disse John Rodgerson,
vice-presidente financeiro da Azul.
Azul, uma empresa criada no Brasil pelo mesmo fundador da
JetBlue, o empresário americano de origem brasileira David Neeleman,
começou a operar há menos de dois anos com os primeiros três de
aviões Embraer 195 e Embraer 190.
A empresa, que opera atualmente 21 aviões, voa para 27 destinos
no Brasil e é a única cuja frota é totalmente brasileira. EFE