Investing.com - A venda de moedas, ações e títulos nos mercados emergentes se intensificou nesta segunda-feira em meio a um clima de incerteza quanto ao desempenho das economias em desenvolvimento durante a administração de Donald Trump na Casa Branca.
Os mercados emergentes foram atingidos pelo medo de uma postura mais protecionista na política comercial dos EUA, o que seria inflacionário para os EUA e negativo para economias dependentes do comércio exterior.
Durante sua campanha, Trump afirmou que tiraria os EUA do acordo comercial do Tratado Transpacífico, construiria um muro na fronteira com o México e rotulou a China como manipulador de moedas.
Investidores esperam que as promessas que Trump fez durante a campanha sobre o aumento dos gastos fiscais, dos cortes fiscais e a diminuição da regulamentação financeira estimulem o Federal Reserve a elevar as taxas de juros à medida que a economia e a inflação crescem.
Maiores taxas de juros podem atrair mais investidores de volta aos EUA e intensificar a saída de capital dos mercados emergentes.
A escalada do dólar e a liquidação dos títulos de dívida globais, assim como o aumento da estimativa da inflação também pressionaram os mercados emergentes.
O índice dólar americano, que mede a força da recuperação frente a uma carteira ponderada do mercado das seis principais moedas, apresentou alta de 0,77%, a 99,76, o nível mais alto desde 29 de janeiro.
Especialmente as moedas dos mercados emergentes sofreram um forte golpe, com o peso mexicano próximo de mínimas recorde na recuperação, com USD/MXN a 21,01.
A lira turca registrou queda recorde nesta segunda-feira, com USD/TRY atingindo 3,29, enquanto o rublo russo recuou a 66,39, o nível mais baixo desde o início de agosto.
Enquanto isso, o iuan chinês permaneceu em queda, atingindo o menor valor em sete anos.
O iuan caiu aproximadamente 0,7% frente ao dólar desde a quarta-feira, quando foi divulgada a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA.
Durante a noite, na Ásia, as ações dos mercados emergentes sofreram uma queda acentuada, com o PSEi Composite, das Filipinas, registrando queda de 1,5%, e o JSX Index, da Indonésia, recuando 2,2%.
O dólar subiu mais de 1,5% frente ao ringgit malaio, enquanto que o rendimento dos títulos da dívida do governo de 10 anos da Malásia e da Indonésia subiu.