Buenos Aires, 19 jul (EFE).- O sindicato Jogadores Argentinos
Agremiados (FAA, na sigla em espanhol) afirmou hoje que "é
impossível" que comece no dia 14 de agosto a temporada oficial
2009-2010 se os clubes não pagarem as dívidas que têm com os
jogadores.
A entidade comunicou aos dirigentes que, se não pagarem tudo o
que devem aos jogadores, não estará em "condições de começar o
Torneio Apertura em 14 de agosto, como se estabeleceu", disse o
secretário-geral do sindicato, Sergio Marchi.
"A maioria dos clubes não pode pagar suas obrigações e isto é
muito difícil de ser resolvido em menos de um mês", disse o
dirigente sindical à rádio "La Red", de Buenos Aires.
De acordo com Marchi, "muitos clubes estão esperando a venda de
algum jogador para ver se conseguem pagar suas obrigações. Por isso,
temos que esperar um pouco antes de decidir algo, já que costuma
ocorrer de, no último instante, chegarem algumas ofertas
salvadoras".
"Mas o concreto é que na Argentina, se não houvesse nossa
entidade, nenhum jogador receberia as dívidas, porque os dirigentes
sempre estão tentando evitar pagá-los", acrescentou.
Marchi criticou também os estádios argentinos e disse que muitos
estão "obsoletos". Segundo ele, devido à crise dos clubes a maioria
não pode ser reformada, "como ocorre com Independiente de
Avellaneda", cujas obras estão atrasadas e que joga partidas em
outros gramados.
As contratações na Argentina estão praticamente paralisadas e
várias entidades dependem de investidores particulares não só para
reforçar as equipes, mas para conseguir dinheiro para saldar as
dívidas com os jogadores.
O clube mais poderoso da Argentina, o Boca Juniors, terminou seu
balanço no começo do mês com uma dívida de US$ 2,6 milhões e
precisou vender uma de suas estrelas, o atacante Rodrigo Palacio,
por cinco milhões de euros ao Gênova italiano, quando, há dois anos,
o jogador era cotado a US$ 20 milhões. EFE