Rio de Janeiro, 29 jul (EFE).- O Brasil obteve no primeiro
semestre do ano um superávit primário em suas contas públicas de R$
35,255 bilhões, 56,8% inferior ao registrado no mesmo período de
2008 (R$ 81,713 bilhões), informou hoje o Governo.
A forte redução dos recursos que o Governo brasileiro economiza
para garantir o pagamento de seus juros de dívida foi provocada por
uma queda na arrecadação de impostos, como consequência da menor
atividade econômica e pelo aumento das despesas destinadas a fazer
frente à crise econômica internacional.
Há dois anos, a meta do Governo era alcançar um superávit anual
equivalente a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), mas este ano,
como consequência da crise, a meta já foi reduzida para 2,5% do PIB.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC), o
superávit primário no primeiro semestre do ano foi equivalente a
2,44% do PIB, próximo à meta, mas muito inferior do alcançado nos
seis primeiros meses do ano passado, quando a poupança pública
equivalia a 5,86% do PIB.
"A redução no superávit primário reflete o desempenho menos
propício da arrecadação em 2009, como consequência da queda do nível
de atividade e das medidas anticrise adotadas pelo Governo para
fazer frente à crise financeira internacional", segundo o comunicado
do organismo.
As principais medidas do Governo para incentivar a economia na
atual conjuntura negativa são as isenções de impostos para
importantes setores, como os fabricantes de automóveis e
eletrodomésticos.
A redução do superávit fiscal provocou ao mesmo tempo um aumento
do peso da dívida pública brasileira no total do PIB.
Enquanto a dívida pública brasileira equivalia a 38,8% do PIB em
dezembro do ano passado, essa relação saltou para 43,1% do PIB em
junho, quando subiu pelo sexto mês consecutivo.
O BC informou ainda que o déficit público nominal no primeiro
semestre foi de R$ 43,680 bilhões, equivalente a 3% do PIB.
No primeiro semestre do ano passado, o déficit público nominal
tinha sido de apenas R$ 7,180 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB.
EFE