São Paulo, 25 jan (EFE).- Os supermercados do estado de São Paulo deixaram de distribuir sacolas plásticas aos consumidores nesta quarta-feira, uma medida que visa combater a poluição do meio ambiente, mas que ainda causa muita polemica.
A decisão, que entrou em vigor nesta quarta, chega após um acordo alcançado em no mês de maio 2011 entre a Associação Paulista de Supermercados (Apas), organismo que representa quase 90% das redes do setor em São Paulo, e o Governo regional.
Apesar de polemico, o acordo foi aderido pelas principais cadeias de distribuição de alimentos, como Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar, líder de comércio em varejo no Brasil.
A medida, que conta com o apoio de organismos de defesa do meio ambiente, prevê que os consumidores levem suas próprias embalagens na hora de fazer suas compras. Caso tenha esquecido, o consumidor também poderá comprar sacolas biodegradáveis, que serão vendidas por R$ 0,19.
"A mudança de comportamento requer um esforço conjunto. As ações foram programadas e não haverá nenhuma surpresa para aqueles forem às. Os consumidores estão informados", disse o presidente da Apas, João Galassi, em comunicado.
A medida sugere que os consumidores passem a usar os carrinhos de compra ou caixas de papelão. Na opinião de Galassi, a medida atende uma exigência da própria sociedade. Porém, o acordo acabou recebendo muitas críticas por parte das associações de consumidores e dos fabricantes de sacolas plásticas.
A coordenadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lisa Gunn, denunciou que não foi desenvolvido um processo de conscientização dos consumidores adequado, já que os mesmos ainda possuem dúvidas em relação à nova medida.
O Instituto Sócio Ambiental do Plástico (Plastivida), que se opõe à medida, lançou uma campanha propagandista alertando que a decisão dos supermercados não responde à aplicação da lei, e o consumidor tem direito de exigir suas sacolas.
"O uso das sacolas plásticas não foi proibido. Não se deixe enganar", aponta o slogan da campanha, que detalha que o problema não reside na embalagem, mas em seu uso irresponsável.
O organismo também assegura que as alternativas sugeridas pelas autoridades, como as caixas de papelão e as sacolas de feira, favorecem o cultivo de bactérias e fungos e, por isso, não aparece como uma alternativa para o transporte de alimentos. EFE