Teerã, 17 fev (EFE).- O governo de Teerã considera impossível eliminar o Irã, o país com a quarta maior reserva de petróleo do mundo e a segunda de gás natural, do mercado mundial de energia, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
As declarações de Mehmanparast, dadas na quinta na cidade de Bushehr e divulgadas nesta sexta-feira pela agência oficial "Irna", respondem às últimas sanções financeiras e de petróleo impostas ao Irã pelos Estados Unidos e a União Europeia (UE), que pretendem frear o programa nuclear iraniano.
Os países ocidentais, que baseiam seu desenvolvimento na energia obtida de combustíveis fósseis, não podem excluir o Irã de seu planejamento energético, disse Mehmanparast.
"Eles não podem eliminar o Irã do mercado energético mundial", insistiu.
O Irã é o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), atrás da Arábia Saudita, com vendas que, segundo o órgão, atingiram uma média de 3,6 milhões de barris diários em 2011, que representam 4,1% dos cerca de 88 milhões de barris diários consumidos no mundo no ano passado.
Para ter um progresso econômico aceitável, o mundo precisará de recursos energéticos fósseis para os próximos 30 ou 40 anos, acrescentou Mehmanparast.
Para ele, os Estados Unidos "têm medo" que, se a atual situação continuar, em 15 ou 20 anos países como China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e alguns Estados da União Europeia (UE) possam progredir e ocupar seu lugar preponderante na economia mundial.
"Os EUA tentam paralisar o sistema econômico mundial e evitar a substituição desse país pelas novas potências emergentes", afirmou o porta-voz diplomático iraniano.
Uma das fórmulas utilizadas por Washington com esse fim, na opinião de Mehmanparast, é "pressionar os países com um crescimento econômico aceitável para que evitem importar petróleo e seus derivados do Irã".
Nas últimas semanas, os EUA e a UE aumentaram as sanções impostas ao Irã para frear seu programa nuclear, que consideram que possui uma vertente militar, o que Teerã nega. EFE