Termina a votação no Kosovo sem incidentes graves e com alta abstenção

(Corrige nome do primeiro-ministro no 6º parágrafo).

Pristina, 12 dez (EFE).- Os colégios eleitorais no Kosovo fecharam neste domingo às 16h de Brasília, após uma votação sem incidentes graves e que teve uma baixa participação da população protagonista das primeiras eleições legislativas desde a independência unilateral da Sérvia em 2008.

Assim informou a Comissão Eleitoral Central (CEC), que até às 12h30 de Brasília havia contabilizado uma participação de 34,1% do censo, e ressaltou que não foram registrados problemas graves, mas incidentes isolados no norte do Kosovo.

Nessa região, onde se concentra metade dos 100 mil servo-kosovares do país, duas pessoas foram detidas por atacar com material pirotécnico os ônibus habilitados pelas autoridades de Pristina para a votação.

A impossibilidade de abrir os colégios eleitorais na região levou às autoridades kosovares a desdobrar urnas móveis.

"Duas pessoas foram detidas sob a suspeita de atacar com material pirotécnico os centros de voto móveis em Zvecan e Zubin Potok", explicou à Agência Efe Besim Hoti, porta-voz da Polícia no norte do Kosovo.

Em Leposavic, também no norte, cerca de 50 pessoas tentaram bloquear outro dos 14 ônibus eleitorais desdobrados na região.

Outro incidente aconteceu durante a madrugada, antes da abertura das urnas, quando um escritório dinamarquês das forças da Otan na localidade de Zubin Potok foi baleado por um grupo de desconhecidos, sem deixar feridos.

Os pedidos ao boicote das eleições por parte do Governo e da Igreja sérvia foram seguidos pelos servo-kosovares no norte do Kosovo, enquanto no sul optaram por votar normalmente, dentro da pouca participação geral.

"É importante que as eleições ocorram sem irregularidades para que o Kosovo melhore sua reputação internacional", afirmou ao visitar um centro de votação o enviado especial da UE para o Kosovo, Pieter Feith.

Também nesta jornada o primeiro-ministro interino, Hashim Thaçi, e o presidente interino, Jakup Krasniqi, pediram para a população ir às urnas de forma pacífica para fortalecer a jovem democracia kosovar.

Os líderes kosovares são conscientes de que o desenvolvimento pacífico do pleito é uma prova de peso para demonstrar as bases democráticas do país, reconhecido por 72 Estados.

As últimas enquetes davam ao Partido Democrático (KDP) de Thaçi 30% das intenções de votos, pouco menos de dois pontos acima de seu grande rival e anterior parceiro de Governo, a Liga Democrática (LDK), do prefeito de Pristina, Isa Mustafa.

Mais de 1,6 milhão de pessoas foram neste domingo às urnas para escolher 120 deputados entre 1.265 candidatos de 29 formações políticas, incluindo oito sérvias.

Os eixos da campanha foram a luta contra a corrupção e a criação de emprego, algo essencial em um país onde o nível de desemprego oficial chega a 47% e o salário médio a 250 euros.

Cerca de seis mil policiais, apoiados pela Otan, vigiam para que não ocorram incidentes, enquanto 32 mil observadores locais e internacionais velam pela transparência do processo. EFE