Redação Central, 18 jul (EFE).- As tensões que há dias são registradas no mercado da dívida soberana de alguns países europeus se mantiveram nesta segunda-feira apesar da publicação dos resultados dos testes de estresse do setor financeiro na sexta-feira e às vésperas da cúpula dos líderes da zona do euro.
À queda generalizada das bolsas, arrastadas em boa medida pelas próprias instituições financeiras, uniu-se o assédio às gratificações de risco da Espanha e Itália, que voltaram a se situar em 370 e 330 pontos, respectivamente, sobre o bônus alemão, mas também às da Irlanda, Portugal e Grécia.
Na abertura dos mercados, previa-se que as cotações dos bancos europeus poderiam refletir o efeito dos testes de estresse, mas, após as primeiras horas incertas de negócios, as bolsas entraram em terreno negativo, do qual não saíram durante todo o dia.
No final da jornada, a Bolsa de Milão foi a que mais caiu, ao ceder 3,06%, seguida pela de Paris, que teve baixa de 2,04%, Londres e Frankfurt, que retrocederam 1,55%, e Madri, que fechou com queda de 1,44%.
De acordo com os analistas consultados pela Agência Efe, nos pregões desta segunda-feira o mercado continuou sua "pressão" para que os governos dos países da União Europeia (UE) cheguem rapidamente a um acordo sobre o segundo plano de resgate à Grécia, que possibilite a resolução de seus problemas de solvência.
Os investidores também estariam com expectativas de que a fórmula adotada na Grécia seja aplicável a qualquer outro país que necessite.
O diferencial entre o bônus italiano e o alemão foi o que registrou uma maior alta ao fechar em 330 pontos básicos, dos 306 observados na sexta-feira passada, enquanto o da Irlanda subiu até para 1.113.
A taxa de risco grega também aumentou, para 1.502 pontos básicos, e a de Portugal, onde o mercado digeria a previsão do governo de que o Orçamento deste ano pode ser fechado com um desvio de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), foi elevado para 961 pontos básicos.
Enquanto isso, os investidores seguem na expectativa dos resultados da cúpula da próxima quinta-feira em Bruxelas, sobre a qual pairam dúvidas a respeito de um acordo que envolva os credores privados no resgate à Grécia e sobre a posição incerta da Alemanha.
Por essa razão, os analistas não descartam que a pressão que o mercado está exercendo nesta segunda-feira se manterá nos próximos pregões para tentar "obrigar" os líderes europeus a porem um fim em suas diferenças, se coordenarem e adotarem uma solução definitiva.
A outra reunião relevante da semana está relacionada às negociações sobre a dívida dos Estados Unidos, visto que as posições entre republicanos e democratas continuam "bastante distintas". EFE