Bruxelas, 17 mai (EFE).- A crise financeira que atinge a Grécia voltou a centralizar as preocupações da União Europeia (UE), que decidiu prolongar por mais uma semana sua missão conjunta com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em Atenas, e já começou a falar publicamente sobre um tema considerado tabu até o momento: a reestruturação da enorme dívida do país.
Até pouco mais de uma semana atrás, o discurso oficial continuava negando qualquer tipo de especulação sobre a reestruturação da dívida do país, por considerar que ela teria consequências "nefastas" para a economia grega e para o resto da UE, ao aumentar as possibilidades de contágio a outros países periféricos.
Mas, desde a realização de uma reunião secreta em Luxemburgo, no último dia 6, o tabu foi caindo paulatinamente até que o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, finalmente reconheceu nesta terça-feira que uma "reorientação voluntária poderia ser estudada".
A palavra "reprofiling" (em inglês, reordenação, refundação) usada por Rehn (mas também pelo presidente da zona do euro, Jean-Claude Juncker) é o termo que esconde algum tipo de acordo voluntário com os detentores privados de bônus para alongar os prazos de pagamento.
Outra das opções analisadas para a Grécia é um aumento dos empréstimos internacionais ao país, além do resgate de 110 bilhões de euros concedidos pela UE e pelo FMI em maio do ano passado.
Os ministros de Economia da UE tomarão uma decisão sobre o capítulo grego na reunião que será realizada em meados de junho em Luxemburgo, assim que forem conhecidas as conclusões da missão conjunta da UE e do FMI, indicou Juncker.
De qualquer maneira, todos os dirigentes econômicos europeus reunidos nesta segunda e terça-feira em Bruxelas insistiram que, antes de abordar qualquer dessas opções, a Grécia deverá fazer maiores esforços para cumprir seus compromissos de consolidação fiscal, privatizações e reformas. EFE