Bruxelas, 23 jul (EFE).- A Comissão Europeia (órgão executivo da
União Europeia) deixou hoje claro que os bancos que foram resgatados
pelas autoridades públicas terão que assumir sua responsabilidade e
adaptar seus negócios, se desfazendo de ativos se for necessário,
para ser viáveis e não ter vantagens sobre concorrentes que não
precisaram de apoio.
Bruxelas divulgou as diretrizes que regerão sua política de
concorrência para o setor financeiro até dezembro de 2010, um
período no qual a prioridade do Executivo da União Europeia (UE)
será garantir uma reestruturação adequada dos bancos resgatados com
dinheiro dos contribuintes.
"A comunicação deixa claro que os bancos com ajudas e seus
acionistas devem carregar a responsabilidade adequada por seu
comportamento passado e contribuir na reestruturação da entidade com
seus recursos", afirmou a Comissão, em comunicado.
O órgão executivo da UE quer garantir que os bancos ofereçam uma
compensação "correta" aos Estados por suas ajudas e que, se pelas
atuais condições do mercado esta não puder ser efetivada agora, seja
garantida para o futuro.
"Pode ser que a crise financeira não tenha terminado ainda, mas
temos que começar a trabalhar seriamente com os Estados-membros para
reestruturar os bancos europeus", disse a comissária de Concorrência
da UE, Neelie Kroes.
Segundo ela, a Europa "tem que voltar a fazer bancos viáveis sem
apoio estatal e reforçar a concorrência no mercado único".
Para isso, a Comissão adverte que aquelas entidades que receberem
grandes somas de dinheiro público podem ser obrigadas a realizar
ajustes.
Estes podem ser de tipo estrutural, com desinvestimentos, ou em
sua política de negócios, limitando sua capacidade para adquirir
novos ativos ou oferecer preços agressivos apoiando-se na ajuda
recebida. EFE