Bruxelas, 17 dez (EFE).- A cúpula de líderes da União Europeia chegará ao fim nesta sexta-feira com o compromisso de fazer "o que for necessário" para garantir a estabilidade do euro, em uma tentativa de parar os ataques especulativos contra a dívida de alguns países.
Os chefes de Estado e de Governo do bloco pactuaram, no primeiro dia da cúpula, em Bruxelas, incluir esse compromisso em uma declaração de respaldo à estabilidade financeira da zona do euro, matéria que será aprovada nesta sexta-feira na conclusão do conselho.
A cúpula chegou a um acordou para criar um mecanismo permanente para enfrentar as crises da dívida soberana que possam ocorrer a partir de 2013, quando irá expirar o mecanismo temporário de assistência aprovado em maio após o resgate da Grécia.
Os líderes da UE também concordaram em uma fórmula para modificar um artigo do Tratado de Lisboa que permitirá criar o novo fundo de ajuda, que não estava previsto nas regras da União Econômica e Monetária.
Além disso, a cúpula abriu as portas para a ampliação do atual fundo de resgate, para o caso de sua dotação de 440 bilhões de euros ser insuficiente para atender as necessidades dos Estados que possam enfrentar dificuldades.
"Até agora foi utilizada uma parte muito pequena do fundo atual. Utilizamos 4% das provisões (para ajudar a Irlanda). Por isso, o problema de sua capacidade não se apresenta hoje", explicou na quinta-feira o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
O presidente do Eurogrupo, o primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude Juncker, explicou que vários países acreditam que "não há necessidade de aumentar o volume do fundo", acrescentando que a cúpula não discutiu ainda a possibilidade de flexibilizar o mecanismo para comprar dívida soberana de países submetidos à pressão dos mercados.
Juncker acrescentou que os chefes do Governo de Espanha e Portugal, José Luis Rodríguez Zapatero e José Sócrates, apresentaram no primeiro dia da cúpula as medidas que seus executivos empreenderam para reduzir seus respectivos déficits públicos.
"Acreditamos que Portugal e Espanha tomaram as decisões necessárias por enquanto", afirmou o presidente do Eurogrupo. EFE