Bruxelas, 27 fev (EFE).- Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia conseguiram nesta segunda-feira um consenso para conceder à Sérvia o status de país candidato à adesão, segundo disseram o titular francês, Alain Juppé, e fontes comunitárias.
A decisão corresponderá ao Conselho de Assuntos Gerais que acontece nesta terça-feira, mas os titulares de Exteriores já analisaram o dossiê sérvio e constataram que nenhum dos 27 rejeita uma decisão a favor de Belgrado.
"Está feito. Não há nenhuma objeção", afirmou Juppé em declarações fora da reunião, embora o acordo formal deva ser fechado pelos titulares de Assuntos Europeus.
Outra fonte europeia afirmou à Agência Efe que há "um crescente consenso" sobre este assunto.
Com a previsão de uma decisão positiva, a Comissão Europeia anunciou que o presidente sérvio, Boris Tadic, se reunirá nesta terça-feira em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
A candidatura sérvia ganhou novas possibilidades na sexta-feira passada depois do acordo alcançado entre Sérvia e Kosovo em Bruxelas sob mediação da UE sobre a participação da ex-província sérvia em fóruns regionais balcânicos.
Uma vez que o acordo seja fechado na terça-feira, será referendado pelos chefes de Estado e Governo comunitários na cúpula das próximas quinta-feira e sexta-feira.
Neste clima positivo, as declarações feitas na entrada da reunião desta segunda-feira por vários responsáveis mostraram a intenção geral de declarar a Sérvia como país candidato.
"Acredito ser possível que amanhã seja dado o status de candidato à Sérvia e seja confirmado no Conselho Europeu", afirmou claramente o ministro belga de Relações Exteriores, Didier Reynders.
Para o titular sueco, Carl Bildt, "a Sérvia cumpriu com as condições para ter o status de candidato". "O acordo da semana passada abre o caminho a relações contratuais entre Kosovo e a UE e isso é um grande passo para Kosovo", acrescentou.
A concessão à Sérvia do status de país candidato à adesão à UE devia ter sido dada em dezembro, mas os líderes comunitários decidiram não dar esse passo e conceder mais tempo para julgar se Belgrado tinha avançado o suficiente em sua relação com o Kosovo.
A Alemanha esteve entre os países mais duros com a Sérvia, mas nos últimos dias mostrou sua disposição a apoiar a candidatura de Belgrado.
As reservas alemãs se deviam, principalmente, às tensões dos últimos meses entre a população albano-kosovar e a minoria sérvia no norte do Kosovo, que provocaram choques com as forças internacionais na região, que contam com grande participação de soldados alemães. EFE