Bruxelas, 27 fev (EFE).- A União Europeia endureceu nesta segunda-feira suas sanções contra a Síria atacando possíveis vias de renda para o regime de Bashar al Assad, enquanto acordou um gesto de aproximação com a oposição, que entretanto pede mais unidade.
Os ministros de Relações Exteriores dos 27 países reunidos em Bruxelas acordaram uma bateria de medidas restritivas que buscam estrangular economicamente o Governo de Damasco e forçá-lo dessa forma a deter a violência.
O Banco Central sírio, o comércio de ouro e metais preciosos com o regime e os voos de carga procedentes do país ou operados por companhias locais, todos serão afetados por esta nova rodada de sanções, que se soma a medidas já em vigor como um embargo às importações petrolíferas.
No caso do Banco Central, serão permitidas exceções para não prejudicar o "comércio legítimo", enquanto no caso do tráfego aéreo não serão proibidos os voos com passageiros para não complicar a saída de cidadãos estrangeiros do país.
Além disso, a UE decidiu acrescentar sete ministros do regime de Assad em sua "lista negra", com isso eles terão possíveis ativos congelados na Europa e estarão proibidos de viajar para território comunitário.
Para os 27, a prioridade atualmente é deter os bombardeios sobre cidades como Homs e conseguir que ajuda humanitária possa chegar a elas.
No entanto, fora as sanções, os ministros comunitários quase não acordaram medidas concretas e responsabilizaram pela sensação de impotência da comunidade internacional os vetos da China e Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Espanha chegou na reunião anunciando que poderia fechar sua embaixada em Damasco como sinal de protesto, mas a ideia não foi aceita pela maior parte dos Estados-membros, que consideram necessário manter suas delegações abertas para atender aos cidadãos e às ONGs e lidar com a oposição, segundo fontes comunitárias.
No documento aprovado nesta segunda-feira, os ministros pediram mais uma vez o fim da violência e a saída de Assad, enquanto diminuíram toda a credibilidade ao plebiscito constitucional organizado pelo Governo.
Os 27 fizeram, além disso, um pequeno aceno ao Conselho Nacional Sírio, a principal plataforma opositora, que foi reconhecido como um "representante legítimo dos sírios que buscam uma mudança pacífica com relação à democracia".
Entretanto, eles voltaram a expressar sua inquietação pela divisão entre a oposição síria e exigiram uma unidade maior.
"Falamos com diferentes grupos na Síria e dissemos: tentem juntos formar um grupo que represente o maior número de pessoas possível", explicou Catherine Ashton, chefe da diplomacia comunitária.
EFE