Caracas, 27 mai (EFE).- O ministro da Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, afirmou nesta sexta-feira que seu país continuará enviando os 1,2 milhões de barris que diariamente vende aos Estados Unidos, depois que esse país anunciasse sanções contra a Companhia Petrolífera Estatal venezuelana (PDVSA).
"Nós somos sérios e vamos continuar enviando essa quantidade, 'mas a pergunta é: Será que vão prejudicar suas medidas para poder garantir esse envio de petróleo? É algo que vamos determinar, os venezuelanos e não os americanos", disse Ramírez em discurso televisado.
O Departamento de Estado dos EUA anunciou na terça-feira passada sanções contra sete empresas internacionais, entre elas PDVSA, por apoiar o setor energético do Irã, apesar de Ramírez ter confirmado que isso não afeta os 1,2 milhões de barris que Washington compra diariamente da Venezuela.
As palavras de Ramírez confirmam a postura venezuelana manifestada na véspera pelo chanceler Nicolás Maduro, que considerou que a suspensão do envio de petróleo é uma medida para "momentos extremos".
Washington decidiu na terça-feira passada inabilitar a PDVSA para assinar contratos com a Administração americana e para receber financiamento desse país em suas operações de importação e exportação, o que não existe há 50 anos.
O ministro lembrou que até a chegada de Chávez à Presidência, em 1999, PDVSA e toda a indústria petrolífera do país dependia de empresas americanas, o que paulatinamente diminuiu devido à atual política nacional de diversificação, "caso contrário, a sanção teria paralisado a indústria petrolífera nacional", advertiu.
"Para qualquer outro país seria muito forte, só que nós há tempo deixamos a tutela que tinha a indústria petrolífera dos Estados Unidos e isso pouca gente sabe", disse. EFE