Washington, 18 jul (EFE).- Os multimilionários Warren Buffett e Bill Gates apresentaram nesta segunda-feira perante a Casa Branca os avanços de sua proposta filantrópica Giving Pledge (Compromisso de Doar, da tradução livre), enquanto republicanos e democratas continuam os debates na tentativa de subir os impostos aos contribuintes de rendas mais altas.
"O presidente americano Barack Obama discutiu como a filantropia privada pode ajudar a encarar os grandes desafios da nação", afirmou Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, em sua entrevista coletiva diária sem mais precisões.
No encontro, a portas fechadas e que não emitiu nenhum comunicado, estiveram presentes Bill e Melinda Gates, Warren Buffett, Steve e Jean Case, Mark Zuckerberg e George Lucas, entre outros signatários da proposta Giving Pledge na qual pedem aos ricos que doem a metade de seu patrimônio a obras de caridade.
Enquanto isso, republicanos e democratas seguiam debatendo dentro das negociações em torno da redução do déficit e a dívida nacional, cujo teto deve ser elevado antes de 2 de agosto já que, caso contrário, os EUA seriam obrigados a declarar moratória.
Os republicanos, maioria na Câmara de Representantes, anunciaram nesta segunda-feira que submeteriam na terça-feira a votação o chamado plano de "Cortar, limitar e equilibrar", no qual se condiciona a alta do teto de dívida a um maior controle do gasto público e se exige uma emenda constitucional que assegure orçamentos equilibrados.
Ao contrário de Buffett e Gates, os republicanos expressaram sua oposição frontal a qualquer acordo de redução do déficit que inclua uma alta da carga impositiva para as rendas mais altas, com o argumento que são as principais geradoras de emprego.
Pouco após anunciarem a intenção dos republicanos, a Casa Branca logo descartou a possibilidade que o plano "Cortar, limitar e equilibrar" possa sair adiante.
"Se o presidente fosse apresentado a esta lei para assiná-la, a vetaria", afirmou o Escritório de Orçamentos da Casa Branca em comunicado.
Em seguida, Obama reiterou em uma breve declaração seu chamado acordo bipartidário e assegurou que o país não se pode permitir "que a política se ponha no caminho de fazer o adequado".
O presidente americano, que na semana passada decidiu tomar o comando das conversas sobre a dívida com reuniões diárias com os líderes congressistas na Casa Branca, insistiu no sábado que qualquer acordo necessita de "sacrifícios" por ambas partes.
Obama reconheceu estar disposto a aplicar cortes no gasto público, mas esclareceu que nenhum plano é "crível" se não for acompanhado de esforços dos mais ricos através de uma reforma tributária.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, qualificou o anúncio de veto presidencial como "decepcionante" já que rejeita "um plano sensato para controlar o déficit e a dívida que estão freando a criação de emprego nos EUA.".
Boehner indicou que o que demonstra com esta atitude é que o problema "não é a inação do Congresso, mas a falta de vontade por parte do presidente de reduzir a despesa e conter o crescimento do Governo".
A menos de duas semanas do cumprimento do prazo, o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, anunciou nesta segunda-feira que a Câmara alta estará operacional todos os dias até que se alcance um acordo.
"Para assegurar-nos que o Congresso cumpra com sua responsabilidade, o Senado continuará em sessão todos os dias, incluindo os sábados e domingos, a partir desta segunda-feira até que aprovemos um projeto de lei que previna um descumprimento das obrigações dos Estados Unidos", informou Reid. EFE