Bruxelas, 15 fev (EFE).- A zona do euro se aproximou da recessão no quarto trimestre de 2011, quando seu Produto Interno Bruto se contraiu 0,3% e Bélgica, Itália e Holanda entraram nesse cenário econômico somando-se às resgatadas Grécia e Portugal, anunciou a Eurostat, o escritório estatístico da União Europeia, nesta quarta-feira.
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu quatro décimos no último trimestre frente aos três meses anteriores, período no qual seu crescimento foi praticamente nulo mas ainda positivo com um avanço de 0,1%, segundo os dados divulgados pelo Eurostat.
No conjunto da União Europeia, o PIB se contraiu 0,3%, o que supõe uma queda de seis décimos com relação ao terceiro trimestre de 2011.
Em termos anualizados, a atividade econômica dos 17 países da moeda comum registrou uma alta de 0,7% e a dos 27 uma alta de 0,9%. O PIB da zona do euro cresceu no conjunto de 2011 1,5% e o da UE 1,6%.
O porta-voz comunitário de Assuntos Econômicos e Monetários, Amadeu Altafaj, disse em entrevista coletiva que a contração da atividade econômica afeta toda a UE e não somente a eurozona, e ressaltou que a crise da dívida não é somente uma crise dos 17, mas dos 27, já que se trata de um fenômeno extenso a todo o bloco.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, disse no final de janeiro que "vários fatores apontam para uma recessão moderada, pelo menos durante o primeiro semestre do ano", e que "uma volta à recuperação e a um possível crescimento será provavelmente adiada até a segunda metade do ano".
"Teremos uma fotografia mais clara na próxima semana", quando a Comissão publicará as perspectivas econômicas internas, nesta ocasião já não apenas para as sete principais economias, mas para os 27 países-membros, afirmou o porta-voz.
As estatísticas revelam que Bélgica, Itália e Holanda entraram em recessão no quarto trimestre ao registrar dois trimestres consecutivos de quedas do PIB, enquanto Portugal, que já se encontrava nesta situação, piorava seus dados, ao contrair sua economia em 1,3% frente à queda de 0,6% do terceiro trimestre.
Estes países se somam à Grécia, que apesar de não ter seus dados trimestrais divulgados pela Eurostat, também se encontra em recessão e fechou o ano com uma grande queda de 7% do PIB.
No caso da Irlanda, somente está disponível o dado do terceiro trimestre, no qual o PIB retrocedeu 1,9%.
A Espanha se salvou em 2011 de um cenário de recessão, embora seu PIB tenha se contraído 0,3% no quarto trimestre após um crescimento nulo no trimestre anterior. Em termos anualizados, a economia espanhola avançou 0,3%.
Um caso similar é do Chipre, que se encontra à beira da recessão, já que no terceiro trimestre registrou uma queda de 0,8% e no quarto não cresceu.
A Itália não possui a mesma sorte, já que registrou uma queda de 0,7% no quarto trimestre após um retrocesso de 0,2% nos três meses imediatamente anteriores e entrou assim em plena recessão.
Chama a atenção o caso da Alemanha, cujo PIB caiu 0,2% no último trimestre de 2011 após crescer 0,6% entre julho e setembro.
Já a França, após ter registrado uma queda de 0,1% no segundo trimestre, se recuperou nos dois seguintes. O país registrou um aumento de 0,3% no seu PIB no terceiro trimestre e de 0,2% no quarto.
A Áustria sofreu uma contração de 0,1% do PIB frente a uma alta de 0,2% do trimestre anterior.
Fora da eurozona, o Reino Unido teve uma queda do PIB de 0,2% no último trimestre após crescer 0,6% nos três meses anteriores.
Neste contexto, vários países europeus estão à beira da recessão, já que registraram quedas no último trimestre de 2011 ou crescimentos nulos e contrações anteriores.
Será confirmado se a crise levará mais países à recessão quando forem divulgados no dia 15 de maio os dados da Eurostat do primeiro trimestre de 2012. EFE