Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava fraqueza na manhã desta terça-feira, contaminada pelo tom negativo no mercado externo, particularmente em emergentes, com a África do Sul também no radar ao entrar em recessão técnica, enquanto investidores aguardam pesquisa eleitoral no final do dia.
Às 11:09, o Ibovespa caía 0,61 por cento, a 75.731,14 pontos. O volume financeiro somava 1,6 bilhão de reais.
Conforme destacou a equipe da Coinvalores, temores em relação à situação dos países emergentes voltaram com tudo com a notícia da África do Sul entrando em recessão técnica após mais um trimestre de queda no Produto Interno Bruto (PIB), segundo nota distribuída a clientes.
"O país africano se junta a Argentina e Turquia como principais focos da crise que ameaça as economias emergentes", afirmou a corretora.
O viés desfavorável no cenário global era ainda endossado pela falta de um acordo comercial entre Estados Unidos e Canadá e a perspectiva de nova elevação de tarifas entre EUA e China.
Wall Street retornou do fim de semana prolongado por feriado na segunda-feira com os seus principais índices acionários em queda, dadas as preocupações com as disputas comerciais envolvendo Washington.
No ambiente doméstico, o foco continua voltado para a disputa eleitoral, com agentes financeiros aguardando pesquisa Ibope sobre a preferência dos eleitores para a Presidência da República, que incluirá tanto cenário com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad em nome do PT.
"Apesar de termos entrado na reta final (com o primeiro turno da eleição em 7 de outubro), está tudo muito em aberto ainda", afirmou o analista de ações da Genial Filipe Villegas. "E a falta de previsibilidade é o grande vetor que vem corroborando essa posição mais conservadora dos investidores."
DESTAQUES
- VALE (SA:VALE3) recuava 2 por cento, acompanhando o movimento de baixa das ações de outras mineradoras no exterior, na esteira do declínio nos preços dos metais.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedia 0,71 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) tinha variação positiva de 0,36 por cento, com o setor de bancos de modo geral afetado pela maior a aversão a risco, quadro adverso a emergentes e incertezas eleitorais.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) declinava 0,74 cento, abandonando os ganhos da abertura, apesar da alta dos preços do petróleo enquanto as ações da petrolífera de controle estatal sigam suscetíveis às expectativas cautelosas com a corrida presidencial.
- ULTRAPAR recuava 3 por cento, em meio a movimento de realização de lucros após fechar em alta de mais de 3 por cento na segunda-feira com notícia sobre interesse de fundo em fatia do controle do grupo.
- SUZANO subia 3,56 cento, entre as maiores altas do Ibovespa, em meio a novo fortalecimento do dólar ante o real, além das expectativas contínuas sobre a fusão com a FIBRIA.
- BRF (SA:BRFS3) valorizava-se 2,6 cento, em nova sessão de recuperação, tendo como pano de fundo a avaliação positiva por analistas de notícias da véspera, notadamente o anúncio do novo vice-presidente de finanças e de números sobre as exportações de frangos e suínos do país em agosto.