Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que seu governo abandonou "um pouco" a política, mas percebeu que era cada vez mais necessário buscar apoio no Congresso, em discurso no dia em que foi confirmada a ida do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para comandar a Casa Civil.
"Abandonamos um pouco a questão política, mas vimos que era necessário cada vez mais buscarmos o apoio e o entendimento do Parlamento brasileiro", disse.
"Fomos nos moldando, mas desde o início aquela bandeira que foram de todos os outros que me antecederam --que não foi diferente da minha--, nós pusemos em prática: o efetivo combate à corrupção", emendou ele.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto durante a solenidade de assinatura de um decreto que institui o Sistema de Integridade Pública, Bolsonaro destacou que fez no início do seu governo escolhas técnicas e pouco políticas para compor o seu ministério.
O presidente disse que, em dois anos e meio do governo, não houve uma "mácula sequer" de corrupção.
A fala de Bolsonaro ocorre em meio ao avanço das investigações da CPI da Covid do Senado que investiga suspeita de irregularidades nas tratativas para a compra de vacinas contra Covid-19 por integrantes do Executivo.
O governo também atravessa um período de baixa popularidade e, contrariando promessas de campanha de que só haveria escolhas técnicas para o primeiro escalão, decidiu fazer uma pequena reforma ministerial colocando Ciro Nogueira como ministro da Casa Civil, o mais importante na estrutura do Palácio do Planalto.
Ciro Nogueira é alvo de investigações por corrupção entre outras crimes perante o Supremo Tribunal Federal. Ele nega irregularidades.