Ao lado de Putin, Bolsonaro afirma ser solidário a todos países que se empenham pela paz

Publicado 16.02.2022, 11:34
© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro se reúne com presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou
16/02/2022 Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS
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Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) - Depois de quase duas horas de reunião privada com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em sua declaração conjunta à imprensa ao lado do líder russo, que o Brasil é solidário a todos que se empenham pela paz.

"Somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz. Temos uma colaboração intensa nos principais foros internacionais como o Brics, o G20 e as Nações Unidas, onde defendemos a soberania dos Estados, o respeito ao direito internacional e a Carta das Nações Unidas", disse Bolsonaro.

O presidente foi aconselhado por assessores a não levantar o assunto da possibilidade de guerra com a Ucrânia e ele mesmo já havia dito que isso só seria tratado se Putin levantasse o assunto. Em meio a um momento crítico da crise, no entanto, o assunto entrou na pauta, pelo lado russo, tanto na reunião entre os dois presidentes quanto no encontro entre os chanceleres Carlos França e Sergei Lavrov.

Em sua fala, Putin ressaltou que ambos os países buscam "uma ordem multipolar com base no direito internacional com papel central de coordenação pelas Nações Unidas", mas não citou diretamente a crise com a Ucrânia.

Pelas regras do Kremlin, o presidente só pode entrar na reunião com Putin acompanhado de seu tradutor oficial. O encontro, a portas fechadas, reuniu apenas os dois presidentes e seus tradutores, sem nem ao menos a presença dos chanceleres.

Ao contrário de outros presidentes, como o francês Emanuel Macron, Bolsonaro sentou ao lado de Putin durante o encontro, já que concordou em ser testado para Covid-19, como exige o Kremlin de todos que se aproximam de Putin.

No término do encontro, Bolsonaro não citou diretamente as tensões da Rússia com o Ocidente por causa do acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e da discordância de Moscou com uma possível adesão de Kiev à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas disse que a paz no mundo é de interesse de todos.

"Pregamos a paz e respeitamos quem age dessa maneira", disse Bolsonaro.

O presidente brasileiro preferiu ressaltar as relações comerciais entre os dois países o interesse brasileiro em áreas como a importação de fertilizantes --a Rússia tem papel importante nas importações brasileiras nesta área--, cooperação para exploração de petróleo e gás e uma possível aquisição de reatores nucleares modulares, que estão sendo negociados com a estatal russa Rosatom.

"Nossa empresa (Rosatom) está pronta para participar na construção de novas usinas de energia, incluindo plantas de energia nuclear de baixa capacidade, tanto em terra como marítimas", disse Putin.

Bolsonaro destacou ainda uma possível cooperação com a Rússia na área de proteção ao meio ambiente e fez questão de ressaltar o apoio russo à soberania brasileira na Amazônia.

© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro se reúne com presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou
16/02/2022 Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

"De forma muito especial, quando alguns países questionaram a Amazônia como patrimônio da humanidade, eu quero agradecer a sua intervenção que sempre esteve ao nosso lado em defesa de nossa soberania. Muito obrigado", disse Bolsonaro.

Depois da Rússia, o presidente visita ainda a Hungria, antes de retornar ao Brasil.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília)

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