Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou nesta quarta-feira 13 militares de postos no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, depois dos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro e de dispensar 40 militares que trabalhavam no Palácio da Alvorada na véspera.
Entre as dispensas publicadas na edição desta terça do Diário Oficial da União estão a de militares que atuavam na secretaria do GSI responsável pela segurança presidencial, assim como no escritório do órgão no Rio de Janeiro, onde tem residência o antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, cujos apoiadores radicais depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.
As novas dispensas também ocorrem após Lula manifestar publicamente desconfiança nos militares e afirmar suspeitar de que houve conivência de "gente das Forças Armadas" nos ataques às sedes dos Poderes promovidas por vândalos bolsonaristas radicais.
Na semana passada, em café da manhã com jornalistas no Planalto, Lula levantou suspeitas sobre a atuação dos militares nos atos de vandalismo.
"Eu estou esperando a poeira baixar. Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muito gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui", disse.
O governo Bolsonaro promoveu milhares de militares a postos de destaque, especialmente em funções tradicionalmente civis e nas quais a atuação militar não é usual.