Por James Mackenzie e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM/GAZA (Reuters) - Um homem armado matou pelo menos sete pessoas e feriu outras 10 em uma sinagoga nos arredores de Jerusalém nesta sexta-feira, em um ataque que aumentou os temores de uma onda de violência, um dia após o ataque israelense mais letal na Cisjordânia em vários anos.
A polícia disse que o atirador chegou por volta das 20h15 (horário local) e abriu fogo, atingindo várias pessoas antes de ser morto pela polícia. Imagens de TV mostraram várias vítimas caídas na rua em frente à sinagoga sendo atendidas por equipes de emergência.
O ataque, que a polícia descreveu como um "incidente terrorista", destacou os temores de uma escalada na violência após meses de confrontos na Cisjordânia, que culminou em uma operação israelense na quinta-feira que matou pelo menos nove palestinos.
Não houve reivindicação inicial de responsabilidade pelo ataque à sinagoga, que ocorreu enquanto os fiéis assistiam aos cultos de sábado no Dia Internacional da Memória do Holocausto, mas um porta-voz do movimento islâmico Hamas disse que os incidentes estavam conectados.
"Esta operação é uma resposta ao crime conduzido pela ocupação em Jenin e uma resposta natural às ações criminosas da ocupação", disse o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem. O grupo militante Jihad Islâmica também elogiou o ataque, sem assumir a responsabilidade.
A mídia israelense disse que o atirador era um morador palestino de Jerusalém Oriental, mas não houve confirmação oficial.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que sete pessoas morreram, mas o serviço de ambulâncias colocou o número de mortos em cinco.
Em Gaza, a notícia do ataque trouxe manifestações espontâneas às ruas, acompanhadas de tiroteios comemorativos.
O tiroteio de sexta-feira ocorreu dias antes de uma visita planejada do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a Israel e à Cisjordânia. O Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado condenando o ataque e disse que não houve mudanças nos planos de viagem de Blinken.
Mais cedo na sexta-feira, jatos israelenses atingiram Gaza em retaliação aos ataques com foguetes, que dispararam alarmes em comunidades israelenses perto da fronteira com a faixa costeira bloqueada ao sul, que é controlada pelo Hamas.
Em agosto, jatos israelenses bombardearam alvos em Gaza associados ao grupo durante um confronto de fim de semana que viu centenas de foguetes da Jihad Islâmica lançados contra Israel, a maioria dos quais foi interceptada por sistemas de defesa aérea.
(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch e Dan Williams, em Jerusalém, e Ali Sawafta e Henriette Chacar, em Jenin)