Por Sandra Stojanovic
NASHVILLE, Tennessee (Reuters) - A ex-aluna de 28 anos que matou três crianças e três adultos em uma escola cristã em Nashville na segunda-feira estava recebendo cuidados de um médico para um "distúrbio emocional" e tinha comprado sete armas antes do ataque, disse o chefe de polícia da cidade nesta terça-feira.
Novos detalhes sobre Audrey Elizabeth Hale surgiram horas depois que a polícia divulgou um vídeo angustiante mostrando policiais entrando na Escola Covenant e conduzindo uma busca de sala em sala antes de confrontar e matar a tiros a atiradora.
Hale usou duas armas de assalto e um revólver durante o ataque à escola primária, o mais recente de uma longa série de ataques a tiros nos Estados Unidos que tem transformado as armas em uma questão política controversa.
As três armas estavam entre as sete compradas por Hale legalmente em cinco lojas da região, disse o chefe da Polícia Metropolitana de Nashville, John Drake, a repórteres, nesta terça-feira.
Os pais de Hale não sabiam que ela possuía sete armas, disse o chefe, acrescentando que eles tinham a impressão de que a suspeita possuía apenas uma arma, mas tinha a vendido.
Hale deixou para trás um mapa detalhado da escola mostrando os pontos de entrada, assim como o que Drake chamou de um "manifesto" indicando que Hale pode ter planejado realizar ataques em outros locais.
Drake disse anteriormente que Hale se identificou como transgênero, e se referiu a ela usando pronomes femininos na terça-feira, embora Hale tenha utilizado pronomes masculinos em uma página do LinkedIn que listava empregos recentes em design gráfico e entrega de supermercado.
O chefe disse que os investigadores ainda não definiram um motivo para o ataque.
Os seis minutos de filmagem recém-divulgados, editados juntando imagens das câmeras de dois policiais que atuaram na operação, começam com um policial recuperando um rifle de seu porta-malas enquanto um membro da equipe diz a ele que a escola está fechada, mas que duas crianças estão desaparecidas.
O vídeo mostra policiais passando por quadros de avisos e cubículos enquanto liberam sala após sala antes de subirem as escadas onde um diz "temos uma (vítma) derrubada".
Em meio ao som de tiros, os policiais correm por um corredor - passando pelo que parece ser uma vítima caída no chão - e entram em uma sala de estar, onde a pessoa suspeita é vista caindo ao chão após ser baleada.
O episódio de violência de segunda-feira marcou o 90º tiroteio escolar – definido como qualquer incidente em que uma arma é disparada em propriedade escolar – nos Estados Unidos neste ano, de acordo com o K-12 School Shooting Database, um site fundado pelo pesquisador David Riedman. No ano passado, houve 303 incidentes desse tipo, o maior de todos os anos no banco de dados, que remonta a 1970.
As três crianças de 9 anos mortas foram identificadas como Evelyn Dieckhaus, Hallie Scruggs e William Kinney. Também foram mortos a tiros Katherine Koonce, de 60 anos, diretora da escola; Mike Hill, de 61, zelador da escola; e Cynthia Peak, de 61, professora substituta.
O pai de Scruggs, Chad, é pastor da Igreja Presbiteriana Covenant, ligada à escola. Em uma declaração dada à ABC News, ele disse que a família estava com o coração partido.
"Através das lágrimas, confiamos que ela está nos braços de Jesus, que a ressuscitará mais uma vez", diz o comunicado.
(Reportagem de Sandra Stojanovic em Nashville; Reportagem adicional de Daniel Trotta, Kanishka Singh, Tyler Clifford, Rich McKay, Brad Brooks, Brendan O'Brien e Jonathan Allen)