MADRI (Reuters) - Quatro pessoas detidas depois que dois ativistas climáticos colaram suas mãos nas molduras de duas pinturas icônicas do artista espanhol Francisco de Goya no Museu do Prado, em Madri, para protestar contra o aquecimento global, foram libertadas, anunciou um tribunal espanhol nesta segunda-feira.
Os quatro, que foram presos no sábado após a ação de protesto, permanecem sob investigação por supostos crimes contra o "patrimônio histórico-artístico". Acusados de causar danos a bens de valor histórico ou artístico na Espanha podem ser multados ou condenados à prisão por pelo menos seis meses.
Um vídeo do episódio mostrou um homem e uma mulher colando suas mãos ao quadro "La Maja Vestida" de Goya (A Maja vestida) e sua "La Maja Desnuda" (A Maja Nua) e pintando "+1,5 C" na parede entre as duas obras.
O Prado disse que suas pinturas, criadas na virada dos séculos 18 e 19, não foram danificadas, e a pixação na parede foi rapidamente apagada.
As outras duas pessoas detidas eram um repórter e um fotojornalista do portal de notícias El Salto, que cobriam o protesto, de acordo com uma reportagem publicada pelo meio.
Grupos de ativistas climáticos montaram uma série de ataques semelhantes a obras de arte famosas em vários museus europeus nas últimas semanas, na preparação para a conferência sobre mudanças climáticas COP27 no Egito.
A conta oficial do Museu do Prado condenou o protesto em um tweet no sábado, acrescentando: "As obras não foram danificadas, embora as molduras estejam levemente danificadas. Estamos trabalhando para voltar à normalidade o mais rápido possível. Rejeitamos as ameaças ao patrimônio cultural como um meio de protesto”.
(Reportagem de David Latona)