SÃO PAULO (Reuters) - A primeira pesquisa do instituto AtlasIntel para o segundo turno da eleição presidencial, divulgada nesta quinta-feira, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 51,1% das intenções de voto contra 46,5% do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.
Os indecisos e aqueles que disseram que irão votar nulo ou branco representam 2,4%, de acordo com a pesquisa que entrevistou 4.500 pessoas pela internet, em 1.483 municípios, entre os dias 8 e 12 de outubro, e que tem margem de erro de 1 ponto percentual.
Em votos válidos, que não contam os brancos e nulos e os indecisos da pesquisa, Lula tem 52,4% contra 47,6% de Bolsonaro, de acordo com o levantamento. No primeiro turno, Lula terminou à frente de Bolsonaro com 48,43% dos votos válidos, contra 43,20%.
"A fotografia da pesquisa mostra uma disputa mais difícil do que se apresentava no começo para Lula, mas com uma certa cristalização, com uma vantagem para Lula difícil de reverter", disse Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, à Reuters.
Para Roman, a distância de apenas 5 pontos é um combustível para Bolsonaro e apoiadores acreditarem na virada e se mobilizarem -- ele mantém o prognóstico de que Lula tem 70% de chances de vencer, contra 30% de Bolsonaro.
O diretor-executivo do AtlasIntel concorda com o clichê de que agora se trata de uma "batalha de rejeições", o que incentiva as campanhas, especialmente a de Bolsonaro, a ir para o tudo ou nada no bombardeio de mensagens negativas contra o adversário.
Depois dos resultados oficiais do primeiro turno, os institutos de pesquisa têm sido alvo de críticas, especialmente do atual presidente e aliados, por terem subestimado os números do candidato à reeleição na primeira votação.
O AtlasIntel se aproximou mais do resultado de Bolsonaro do que outros institutos, colocando a diferença entre ele e Lula em 9,2 pontos, enquanto outras pesquisas mostraram diferença de até 14 pontos, considerando os votos válidos. A diferença entre ambos foi de 5,2 pontos.
O levantamento do AtlasIntel divulgado nesta quinta-feira também perguntou sobre a avaliação do governo Bolsonaro, e mostrou um cenário de melhora para o presidente.
Para 48,4% dos entrevistados a gestão é ruim ou péssima, ante 50% no levantamento anterior, ao passo que 32,3% a enxergam como ótima ou boa, contra 28% antes, e 18,8% a veem como regular, ante 21%. Para Roman, a aprovação vem em rota ascendente, mas não parece estar se acelerando até o momento.
(Por Flávia Marreiro e Pedro Fonseca)