Por Joseph Ax e Jonathan Stempel
(Reuters) - O principal tribunal do Estado norte-americano da Pensilvânia reverteu nesta quarta-feira uma condenação por agressão sexual contra Bill Cosby e ordenou que ele seja libertado da prisão imediatamente, dizendo que ele jamais deveria ter enfrentado acusações depois de ter feito um acordo com um antigo procurador para não ser processado mais de 15 anos atrás.
A decisão da Suprema Corte da Pensilvânia veio depois de Cosby cumprir mais de dois anos de uma pena em potencial de três a 10 anos em uma prisão estadual na esteira de sua condenação em 2018.
Cosby, de 83 anos, poderia ser solto de uma unidade prisional estadual de Shippack, na Pensilvânia, ainda na tarde desta quarta-feira.
O comediante e ator ficou conhecido sobretudo como o pai e marido adorável da série cômica de televisão dos anos 1980 "The Cosby Show", que lhe rendeu o apelido de "Pai da América".
Mas sua reputação foi destruída depois que dezenas de mulheres o acusaram de agressões sexuais cometidas ao longo de décadas. Sua condenação foi amplamente vista como um momento histórico do movimento #MeToo, que trouxe à tona diversas alegações contra homens poderosos de Hollywood e além.
A maioria do tribunal concluiu que um promotor estadual, Bruce Castor, havia fechado um acordo com os advogados de Cosby em 2005 para não apresentar acusações criminais.
Um juiz disse que Cosby deveria continuar preso, e dois outros disseram ser errado impedir procuradores de julgá-lo novamente, embora sem se aterem a provas comprometidas.
(Por Joseph Ax em Princeton, Nova Jersey, e Jonathan Stempel em Nova York)