Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que "está tudo certo" para sua filiação ao PL, o que deve acontecer no próximo dia 30, em Brasília, e garantiu que foram acertados pontos de divergência sobre candidaturas locais em São Paulo e Estados do Nordeste.
"Dia 30, por volta de 10h30 da manhã, não sei se posso fazer nesse horário, mas em princípio terça-feira, está tudo certo. Acertamos São Paulo, alguns Estados do Nordeste. No macro foi tudo acertado com Valdemar (Costa Neto, presidente do partido). Sem problema. É uma pessoa que é conhecida por honrar a palavra, da minha parte também, e temos tudo para realmente ajudar na política brasileira", disse Bolsonaro ao voltar ao Planalto depois de uma cerimônia na Câmara dos Deputados.
Na véspera, o PL já havia informado em nota que a filiação de Bolsonaro irá ocorrer formalmente no dia 30.
A primeira data prevista para a filiação do presidente era no último dia 22. No entanto, Bolsonaro se incomodou ao descobrir que Valdemar teria dito aos filiados que poderiam manter seus acordos regionais, e também com a manutenção do acordo em que o PL apoiaria o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), na eleição estadual.
Garcia é o candidato de João Doria (PSDB), hoje um dos maiores inimigos políticos do presidente, e tiraria dele um palanque no maior Estado do país. A intenção de Bolsonaro é lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, como candidato a governador em SP. O ministro já teria aceitado, apesar de preferir uma vaga no Senado por Goiás.
Na semana passada, depois de uma reunião partidária, o presidente do PL anunciou que se havia chegado a um consenso. O acordo feito por Valdemar dentro do PL restringe alianças formais com partidos de oposição --especialmente o PT--, mas não deverá reprimir alianças informais. Também não há previsão de expulsão para quem não fizer campanha para Bolsonaro.
Mesmo sem 100% de garantias de que vai conseguir todo o apoio que gostaria no partido, Bolsonaro disse que está "tudo certo para ser um casamento em que seremos felizes para sempre."
O "felizes para sempre", porém, não costuma ser uma tradição do presidente. Este será o 9º partido ao qual Bolsonaro será filiado. Em dois casos, não houve trocas, mas o partido em que estava deu origem a um outro depois de uma fusão. Do PSL, pelo qual se elegeu presidente, ele saiu em 2019, brigado.