BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira que irá formalizar a indicação do advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, para o Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.
Segundo Bolsonaro, há uma grande possibilidade de aprovação de Mendonça no Senado, apesar de fontes ouvidas pela Reuters, tanto alinhadas ao governo, quanto independentes, admitirem haver resistências ao nome de Mendonça, que conta com forte apoio da bancada evangélica.
Bolsonaro, que confirmou a nomeação em entrevista coletiva, disse ter pedido a Mendonça que uma vez por semana ele comece uma sessão do STF com uma oração.
"Os ministros não vão se opor a isso", afirmou.
Mendonça já iniciou um périplo para viabilizar a sua aprovação, mesmo antes da formalização. Apesar das resistências, a perspectiva é de que se consiga a aprovação do nome.
Apesar de a indicação caber ao presidente da República, é o Senado quem chancela ou não a escolha em votação nominal e secreta no plenário, após uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Presbiteriano, Mendonça é pastor. Bolsonaro prometeu várias vezes que indicaria um nome "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte.
O decano do STF, Marco Aurélio Mello, se aposentou compulsoriamente nesta segunda-feira, ao completar 75 anos de idade. No ano passado, Bolsonaro indicou o ministro Nunes Marques para a vaga que era de Celso de Mello, que também se aposentou compulsoriamente ao completar 75 anos.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)