Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Em uma fala recheada de recados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que ninguém precisa temer as manifestações do dia 7 de Setembro e destacou que haverá um comparecimento recorde no ato da Avenida Paulista, com 2 milhões de pessoas.
"O Brasil está em paz, no meu entender, está faltando uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou e trazer a paz no Brasil", disse.
"Ninguém precisa temer o 7 de Setembro. Já falei que, se Deus quiser, estarei aqui na Esplanada, usarei da palavra como logo depois --como tenho compromisso em São Paulo dia 8-- pretendo ocupar um carro de som na Paulista que deve ter uns 2 milhões de pessoas", emendou.
Em pronunciamento durante cerimônia de programa para alavancar concessões de autorizações ferroviárias e investimentos, Bolsonaro disse que as pessoas vão pedir, clamar o que o presidente do STF, Luiz Fux, disse mais cedo no plenário da corte.
"Não pode haver democracia sem respeito à Constituição", destacou Bolsonaro.
Em outro recado ao STF, o presidente disse que muitas vezes falta olhar para dentro de nós mesmo para ver se estamos "turvando a nossa água".
Ao citar o ministro do STF Alexandre de Moraes, um dos que conduzem investigações contra Bolsonaro e aliados, disse uma frase que seria atribuída a ele segundo a qual quem não quer ser criticado que fique em casa.
Moraes toca, entre outros, o inquérito das fake news no qual o presidente é alvo por ter divulgado em uma transmissão informações falsas sobre a lisura das urnas eletrônicas.
"Não podemos nós usar da força do poder que nós temos para censurar quem quer que seja, para desestabilizar a nação, para acirrar os ânimos", ressaltou.
Para o presidente, ou somos democratas ou não e afirmou que a liberdade é importante para todos nós, dentro de casa, na rua ou no serviço.
Apesar dos sucessivos ataques a ministros do STF nos últimos meses, Bolsonaro afirmou que só briga com outros Poderes em questões pontuais.
"Alguém já me viu brigando com algum Poder, alguma instituição, a não ser por algo pontual?", questionou.
O presidente defendeu que, se tem uma pessoa que "erra", os pares devem conversar com ele, citando o Congresso e o Supremo.