Por Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Araújo
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 9 Jan (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado nesta segunda-feira em um hospital nos arredores de Orlando, na Flórida, com um novo quadro de obstrução parcial do intestino, mas não deve precisar ser submetido a mais uma cirurgia, disse o médico-cirurgião do ex-presidente, Antônio Luiz Macedo.
"O quadro é de uma suboclusão intestinal, provavelmente não precisa cirurgia. O tratamento clínico deve resolver, como quando ele foi internado aqui em São Paulo, então não é um quadro grave", disse Macedo à Reuters.
Bolsonaro, de 67 anos tem um histórico de hospitalizações por problemas intestinais desde que levou uma facada no abdome durante a campanha eleitoral de 2018. Ele já passou por seis cirurgias desde então, quatro delas diretamente ligadas à facada.
Em janeiro do ano passado, ele também teve uma obstrução intestinal que o levou a ser internado em São Paulo.
Em uma publicação nas redes sociais à noite, Bolsonaro divulgou uma foto dele em um leito hospitalar e agradeceu as mensagens de apoio. "Após facada sofrida em Juiz de Fora/MG, fui submetido a cinco cirurgias. Desde a última, por duas vezes tive aderências que me levaram a outros procedimentos médicos. Ontem nova aderência e baixa hospitalar em Orlando/USA", disse.
A notícia da internação em Orlando foi divulgada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada à Reuters por duas fontes próximas à família Bolsonaro.
A internação acontece um dia após apoiadores radicais de Bolsonaro invadirem e depredarem o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) em atos antidemocráticos que pedem um golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro, que jamais reconheceu cabalmente a vitória do petista e fez gestos de estímulo ao movimento pró-golpe que surgiu desde então, está na Flórida desde 30 de dezembro. Ele viajou dois dias antes da posse de Lula, de forma a não participar da cerimônia de transferência do poder.
A presença do ex-presidente no Estado norte-americano se tornou um problema para o presidente dos EUA, Joe Biden, que tem recebido pressão para mandá-lo de volta ao Brasil.