Por Eduardo Simões
(Reuters) - O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou nesta terça-feira que tenha feito ameaças ao Senado, no episódio em que divulgou nota em reação à supostas irregularidades cometidas por militares em cargos no governo, e ao presidente da Câmara dos Deputados, no caso em que teria dito que não haveria eleição em 2022 sem aprovação do voto impresso.
Em depoimento conjunto a três comissões da Câmara, Braga Netto disse que a nota que divulgou em conjunto com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foi uma reação ao que chamou de "pré-julgamento" e "generalizações" cometidas durante a CPI da Covid no Senado. Afirmou ainda que, como ministro da Defesa, não poderia deixar sem resposta afirmações que, disse, feriam a honra dos militares.
Sobre a suposta ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Braga Netto negou ter feito chegar a Lira que poderia não haver eleição caso o voto impresso não fosse aprovado.
O ministro da Defesa disse ainda que Lira negou publicamente ter recebido a suposta ameaça e afirmou ter falado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a nota em reação à CPI da Covid. Ele disse considerar os dois episódios esclarecidos e superados.