Por Brendan Pierson
NOVA YORK (Reuters) - O cantor R. Kelly é um "predador" que exigia comprometimento absoluto de muitas mulheres e meninas menores de idade para o sexo, em um esquema de extorsão de duas décadas por meio do qual ele as recrutava, disse uma procuradora federal nesta quarta-feira quando começou o julgamento do astro de R&B.
A procuradora-assistente dos Estados Unidos Maria Melendez disse a um júri de sete homens e cinco mulheres no tribunal federal do Brooklyn que Kelly usou "mentiras, manipulação, ameaças e abuso físico" para dominar suas vítimas, e por vezes filmou seus encontros sexuais.
Melendez disse que Kelly, de 54 anos, exigia que as vítimas pedissem sua permissão antes de fazer qualquer coisa, incluindo ir ao banheiro, e chantageava-as, ameaçando liberar cartas autoincriminatórias que ele as forçou a escrever caso fugissem.
"Este caso é sobre um predador", disse Melendez em sua declaração de abertura. "Este caso não é sobre uma celebridade que gosta muito de festas."
Kelly, ganhador de três prêmios Grammy e cujos sucessos incluem "I Believe I Can Fly" e "Bump N' Grind", se diz inocente em relação às nove acusações a seu respeito que incluem suborno e extorsão. Ele negou com veemência qualquer irregularidade.
Os procuradores argumentarão que Kelly, cujo nome completo é Robert Sylvester Kelly, usou um séquito de empresários, guarda-costas e outros para recrutar mulheres e meninas, às vezes em apresentações, para ele abusar.
Eles disseram que Kelly exigia "compromisso absoluto" das vítimas, incluindo que elas não olhassem para outros homens e o chamassem de "papai".