Por Sérgio Queiroz
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Após dois anos de restrições e bloqueios devido à pandemia da Covid-19, as comemorações do Carnaval carioca voltam ao normal neste mês, com animação em alta para o retorno dos blocos de rua e os desfiles de escolas de samba e com a expectativa de quebra de recorde de arrecadação devido ao turismo.
O Carnaval enfrentou sérios problemas para sua realização em 2021 e 2022, quando medidas sanitárias contra a Covid-19 impediam aglomerações nas ruas, inibindo a realização de festas e com duras restrições ao comércio em meios aos elevados números de mortes provocadas pela doença.
Com o pior da pandemia agora no passado, o Rio de Janeiro espera este ano a quebra de recordes para os setores de turismo e serviços, compensando algumas das perdas acumuladas durante a pandemia.
"A gente acredita que a economia vai gerar 5 bilhões de reais só no Carnaval. Isso é um recorde de arrecadação. Nossas expectativas são as melhores possíveis. Estamos aqui preparadíssimos para receber todo mundo que vem do mundo inteiro", disse o presidente da Empresa de Turismo do Rio (Riotur), Ronnie Aguiar, à Reuters.
Em 2020, no último Carnaval antes da pandemia, foram movimentados cerca de 4 bilhões de reais no Rio de Janeiro, uma marca recorde, de acordo com relatório da Prefeitura da cidade.
De acordo com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), cerca de 80 mil turistas viajarão ao Rio de Janeiro para o Carnaval, ante 55 mil em 2020, último ano em que o feriado foi comemorado em condições normais.
Este ano, a capital fluminense também terá seu tradicional desfile de escolas de samba de volta à programação normal no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, após sua realização ter sido adiada no ano passado e cancelada em 2021.
Com o tempo de preparação reduzido, as escolas tiveram de correr contra o tempo para finalizar as fantasias, alegorias e demais elementos necessários para o desfile, que será realizado nas noites de 19 e 20 de fevereiro.
"É claro que esse ano a gente teve um Carnaval reduzido em tempo por conta do adiamento do outro, mas assim que terminou o último Carnaval, a gente já deu sequência. Então a gente conseguiu chegar nessa fase de uma forma a atender o nosso cronograma”, disse o carnavalesco Tarcísio Zanon, da escola Unidos do Viradouro.
O processo acelerado não diminuiu a animação pela chegada do Carnaval.
“O volume de trabalho é sempre muito grande, é uma correria para poder entregar tudo a tempo, mas a gente espera que valha tudo a pena e vai ficar bem bonito", disse Alessandra Araújo Rodrigues, integrante da escola.
Depois de dois anos de suspensão, os famosos blocos de Carnaval também estão de volta. No fim de semana de Carnaval, serão mais de 150 desfiles pelas ruas cariocas, de acordo com a Prefeitura do Rio. As comemorações, porém, se estenderão por todo o mês.
(Reportagem adicional de Fernando Cardoso, em São Paulo)