SÃO PAULO (Reuters) - As fortes chuvas que atingiram o litoral norte do Estado de São Paulo neste fim de semana mataram ao menos 19 pessoas, número que deve aumentar, e deixarem centenas de desabrigados e desalojados, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se deslocar da Bahia para visitar a região na segunda-feira.
"Amanhã irei para São Paulo visitar a região e acompanhar os esforços de enfrentamento dessa tragédia", escreveu Lula no Twitter. O presidente passava o Carnaval na Bahia.
Mais cedo, na mesma rede social, o petista disse que mobilizou ministros e autoridades do governo federal para prestarem auxílio ao Estado, além de ter conversado com o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o prefeito de São Sebastião, cidade mais atingida pelos temporais, Felipe Augusto (PSDB).
As chuvas também provocaram deslizamentos de terra e quedas de barreiras em estradas, causando o bloqueio de vias de acesso à região e de trechos das rodovias dos Tamoios, Dr. Manoel Hyppólito Rego e Mogi-Bertioga.
De acordo com o governo de São Paulo, 19 pessoas morreram por causa das chuvas, mas esse número deve aumentar, já que veículos da imprensa citam 24 mortos no total, citando dados das prefeituras.
Tarcísio decretou estado de calamidade pública nas cidades de cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga e o Exército irá colaborar no auxílio às vítimas, de acordo com nota do governo estadual.
Ainda na esfera federal, Lula anunciou no Twitter que o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, mobilizou a Defesa Civil nacional e as Forças Armadas também foram colocadas à disposição.
"Vamos reunir todos os níveis de governo e, com a solidariedade da sociedade, atender feridos, buscar desaparecidos, restabelecer as rodovias, ligações de energia e telecomunicações na região. Meus sentimentos às famílias que perderam pessoas queridas nesta tragédia", disse Lula.
Em algumas áreas choveu mais de 600 milímetros nas últimas 24 horas.
O clima extremo também afetou as operações do Porto de Santos, o maior da América Latina, que teve suas operações interrompidas em meio a rajadas de vento de 55km/h e ondas de mais de 1 metro de altura no sábado, de acordo com veículos de imprensa locais.
Equipes de resgate continuam as buscas por vítimas e helicópteros da Polícia Militar de São Paulo participam da operação, que também visa o resgate de pessoas que ficaram ilhadas.
A meteorologia indica que deve continuar a chover forte no litoral paulista, em um indicativo que o número de vítimas pode aumentar.
(Por Eduardo Simões e Ana Mano; )