CANNES, França (Reuters) - As mulheres estarão em número maior do que os homens no júri do Festival Internacional de Cinema de Cannes deste ano, mas os membros, que incluem a atriz francesa Mélanie Laurent, disseram nesta terça-feira que sonham com o dia em que a representação feminina não será mais digna de notícias no setor cinematográfico.
O maior festival de cinema do mundo, assim como rivais como o de Veneza, são alvo de críticas há tempos por causa do número pequeno de diretoras na disputa dos principais prêmios ou em posição de influência.
No evento de Cannes, que será aberto nesta terça-feira com a estreia do musical "Annette", de Leos Carax, o diretor norte-americano Spike Lee comandará o júri que escolherá o ganhador da Palma de Ouro, o maior prêmio do evento -- e será a primeira pessoa negra a fazê-lo.
Cinco mulheres integrarão o júri de nove pessoas: Laurent, a atriz norte-americana Maggie Gyllenhaal, as diretoras Jessica Hausner e Mati Diop e a cantora Mylene Farmer.
"Meu sonho seria este ser o primeiro e o último festival no qual há um debate sobre mulheres", disse Laurent em uma coletiva de imprensa na Riviera Francesa, flanqueada por colegas de júri com máscaras, em meio às medidas rígidas contra a Covid-19
Diop, cujo longa-metragem de estreia, "Atlantique", conquistou um dos prêmios principais em Cannes em 2019, disse que também espera que um dia o mundo do cinema fique livre de tais distinções.
(Por Sarah White e Michaela Cabrera)