Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - Duas mulheres disseram nesta segunda-feira que o ex-jogador da seleção brasileira Daniel Alves as apalpou antes de alegadamente estuprar uma amiga delas em uma boate de Barcelona em 2022, no começo do julgamento do ex-lateral na cidade espanhola.
Uma amiga e uma prima da mulher que levou as acusações contra Daniel Alves à Justiça estavam na boate com ela naquela noite e disseram ao tribunal que o ex-jogador as convidou para a área VIP onde ele estava com um amigo.
Em depoimentos carregados de emoção, elas afirmaram que Daniel Alves as apalpou e flertou com a autora da queixa antes de descreverem o que aconteceu depois da alegada agressão. O tribunal não divulgou seus nomes.
O ex-jogador do Barcelona, de 40 anos, foi preso em janeiro do ano passado e se encontra sob prisão preventiva desde então.
Daniel Alves negou ter tido qualquer relação sexual com a mulher em um primeiro momento e disse que não a conhecia. Depois, afirmou que teve uma relação sexual consensual com ela no banheiro de uma boate, acrescentando que a negação original era para proteger o seu casamento.
Se ele teve sexo consensual ou forçado com a mulher é o ponto central do julgamento no Tribunal Provincial de Barcelona.
O promotor público do caso acusa Daniel Alves de forçar a mulher a fazer sexo e de não usar camisinha. A acusação busca uma sentença de 9 anos de prisão e que Daniel Alves pague indenização de 150.000 euros à vítima.
A prima da mulher afirmou que ela nem havia beijado Daniel Alves antes de deixar a área pública e que não estava ciente que estava entrando no banheiro onde o alegado estupro aconteceu quando ele insistiu que eles fossem para outro lugar.
Após cerca de 15 minutos, Daniel Alves saiu do banheiro e, alguns minutos depois, a mulher o seguiu, parecendo “arrasada”, disse a prima.
“Ela disse que precisava ir embora. Fomos pegar nossos casacos e antes de chegar lá minha prima me disse que ele (Daniel Alves) a havia machucado muito e ejaculado dentro dela”, disse a testemunha.
Daniel Alves, vestido com calça jeans azul, uma camisa branca e um casaco escuro, sentou impassível na primeira fila do tribunal durante o depoimento.
As duas testemunhas afirmaram que a amiga estava inicialmente relutante em apresentar queixa porque estava preocupada que não acreditassem nela. Desde então, perdeu muito peso, não consegue trabalhar e sofre de ansiedade, mal saindo de casa, acrescentaram.
A própria mulher depôs mais cedo nesta segunda-feira em uma sessão a portas fechadas, falando atrás de uma tela e com a voz distorcida para proteger sua identidade.