LAGOS (Reuters) - Em uma rua em um bairro pobre de Lagos, um jovem sem camisa, Gift Eze, segura seu parceiro que está em gritos, ajudando a acalmar sua ira e a impedi-lo de brigar.
Atos de violência, incluindo roubos e assassinatos de gangues, eram acontecimentos comuns para moradores de Oworonshoki.
Mas a cena da véspera de Natal, uma rotina de dança entre dois homens cobertos de giz, mostrou o quão longe a comunidade chegou desde que a Slum Party, um evento anual de arte que usa a dança para contar histórias da comunidade local, foi criada há quatro anos.
Dias de oficinas de dança culminaram com um carnaval de um dia inteiro com o objetivo de recuperar as ruas e reduzir as tensões entre gangues rivais. Em pouco tempo, os espectadores estavam dançando junto com a bateria, confundindo os limites entre artistas e público.
"Estamos usando a dança como ponto focal... para chegar à comunidade e falar sobre as várias questões sociopolíticas que precisam ser abordadas, usando uma festa como modelo", disse Sunday Ozegbe-Obiajulu, que fundou o evento.
Eze, um dos participantes da Slum Party, disse que o evento foi transformador.
"Consegui alcançar um grande objetivo em minha vida, e a Slum Party realmente mudou muito para mim", afirmou ele.
O líder da comunidade, Oriyomi Akeem, disse que a Slum Party ajudou a trazer paz a um bairro antes conhecido como uma área proibida invadida por gangues. "Agora tudo está calmo e bom", disse Akeem.
(Reportagem de Seun Sanni)