(Reuters) - Os ataques de bolsonaristas radicais às sedes dos Três Poderes em Brasília, no domingo, em busca de um golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva são condenados por 93% da população, e a maioria dos brasileiros defende a prisão de envolvidos, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira.
O levantamento, divulgado no site da Folha de S. Paulo, mostrou que apenas 3% são favoráveis aos atos antidemocráticos contra o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto 2% disseram ser indiferentes e 1% não soube. A Folha disse que o total não soma 100% porque há arredondamentos.
A pesquisa, que ouviu 1.214 pessoas por telefone na terça e nesta quarta, tem margem de erro de 3 pontos percentuais.
Segundo o Datafolha, 46% defendem que todos os envolvidos nos ataquem sejam presas, enquanto 26% disseram que apenas alguns deveriam ser presos e 15% defenderam que a maioria seja presa. Para 9% ninguém deveria ser preso, e 4% não souberam responder.
Nesta quarta, a Polícia Federal informou que encaminhou 1.159 pessoas para a prisão por envolvimento nos ataques, de um total de 1.843 detidas inicialmente, encerrando as atividades judiciárias de identificação e coleta de depoimentos dos manifestantes que participaram dos atos de depredação.
A imensa maioria dos entrevistados disse que os financiadores dos atos de vandalismo deveriam ser presos, com 77% declarando essa opinião, ante 18% que acham que eles não deveriam ser presos. Não souberam responder 5%.
A pesquisa também apontou que 63% dos brasileiros acreditam que as forças de segurança do Distrito Federal fizeram menos do que podiam para conter as invasões e destruições na capital federal, ante 24% que disseram que as forças do DF fizeram o que deveriam. Para 6%, elas fizeram mais do que deveriam, e 7% não souberam responder.
Questionadas sobre o papel do governo Lula, 39% disseram considerar que a administração federal fez o que deveria, 37% que fez menos do que deveria, e 15% que fez mais do que deveria. Não souberam responder 9%.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)