BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Defesa informou nesta segunda-feira que irá enviar na quarta-feira à Justiça Eleitoral um relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação, apontado pelo presidente Jair Bolsonaro antes das eleições como fundamental para atestar a segurança do pleito, no qual foi derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro e seus apoiadores passaram meses fazendo ataques sem provas sobre a segurança e a inviolabilidade das urnas eletrônicas, que, no entanto, nunca foram alvo de fraude desde que foram usadas pela primeira vez em 1996.
Nesse cenário, Bolsonaro passou a citar a fiscalização das Forças Armadas como primordial para concordar com a segurança da eleição. O presidente ainda não reconheceu a derrota para Lula, apesar de ter autorizado o início da transição de governo.
"O Ministério da Defesa informa que, no próximo dia 9 novembro, quarta-feira, será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação, realizado pela equipe de técnicos militares das Forças Armadas", diz a nota da Defesa divulgada nesta segunda.
Em outubro, a Defesa informou o tribunal que as Forças Armadas iriam divulgar um relatório sobre a fiscalização do processo eleitoral, incluindo a análise da segurança das urnas eletrônicas, somente depois do segundo turno das eleições.
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, havia dado prazo de 48 horas para que a pasta prestasse informações e apresentasse, se houvesse, cópia do resultado de eventual auditoria das urnas eletrônicas feira no primeiro turno.
A falta de reconhecimento direto da derrota por Bolsonaro, aliada à desinformação pulverizada via redes sociais e mensagens, alimentou manifestações pelo país, muitas delas com mote antidemocrático, questionando o resultado das eleições.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)