Por Lisandra Paraguassu
SÃO PAULO (Reuters) - O deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE) será o tesoureiro da campanha à Presidência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste sábado a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Macêdo, que assumiu recentemente o mandato parlamentar no lugar de Valdevan Noventa (PL), cassado por abuso de poder econômico, era o nome preferido de Lula para o cargo, mas pretendia se dedicar à sua campanha eleitoral para tentar conseguir de vez um mandato na Câmara. No entanto, terminou por ceder ao pedido do ex-presidente.
O deputado já foi tesoureiro do PT, em 2015. Assumiu o posto depois que João Vaccari Neto deixou o cargo ao ser preso na operação Lava Jato, sob suspeita de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras (SA:PETR4).
Discreto e cuidadoso, segundo petistas próximos a Lula, Macêdo tem o perfil que o ex-presidente quer para tomar conta dos recursos durante uma campanha que deve ser difícil e com dinheiro limitado, já que não há mais financiamento empresarial de campanha.
O nome de Macêdo é uma das primeiras definições da coordenação da campanha de Lula. Na semana passada, o comando do partido afastou o publicitário Augusto Fonseca, que fez as primeiras peças institucionais da campanha. A avaliação foi que o alto custo do contrato --cerca de 40 milhões de reais-- não se traduzia no plano esperado para a campanha.
Fonseca deve ser substituído por Sidônio Palmeira, que fez as campanhas de Rui Costa ao governo da Bahia e de Fernando Haddad à Presidência, em 2018.
A troca no marketing e a crise interna pela disputa da comunicação levou também ao afastamento de Franklin Martins, amigo pessoal de Lula, e primeiro nome definido por ele para a campanha. Franklin deve ficar como assessor especial do ex-presidente, e a intenção da cúpula do partido é trazer para o cargo o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, hoje coordenador do plano de governo de Fernando Haddad para o governo de São Paulo.
Ao longo desta semana, depois de definidas as alianças, o partido irá trabalhar na definição dos postos de coordenação, com a indicação de nomes de cada um dos aliados.
"Ainda não está tudo fechado. Passada a formalização da pré-candidatura, a gente vai montar a coordenação conjunta", disse Gleisi.