Por Nqobile Dludla e James Macharia Chege
JOHANESBURGO (Reuters) - O arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz e veterano da luta sul-africana contra o governo de minoria branca, morreu neste domingo aos 90 anos, afirmou a Presidência.
Em 1984, Tutu ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela sua oposição não violenta ao apartheid. Uma década depois, presenciou o fim daquele regime e presidiu uma Comissão da Verdade e Reconciliação, criada para investigar as atrocidades cometidas durante aqueles dias obscuros.
Tanto negros quanto brancos consideravam Tutu a consciência da nação, um permanente testemunho da sua fé e espírito de reconciliação em uma nação dividida.
Diagnosticado com câncer de próstata no final da década de 1990, foi hospitalizado diversas vezes nos últimos anos para tratar infecções associadas ao seu tratamento contra o câncer.
“A morte do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida da nossa nação a uma geração de sul-africanos de destaque que nos deixaram uma África do Sul livre como legado”, disse o presidente, Cyril Ramaphosa.
A Presidência não deu detalhes sobre a causa da morte.
Em seus últimos anos, ele lamentava que seu sonho por uma “nação do arco íris” ainda não tenha virado realidade.
“Aos 90 anos, ele morreu pacificamente no Oasis Frail Care Center, na Cidade do Cabo, nesta manhã”, disse a médica Mamphela Ramphele, presidente interina do Arcebispo Desmond Tutu IP Trust e Coordenadora do Gabinete do Arcebispo, em uma declaração em nome da família Tutu.
Em outubro, Tutu foi visto com aparência frágil ao ser levado à sua antiga paróquia na Catedral São Jorge, na Cidade do Cabo, que costumava ser um refúgio seguro para os ativistas contra o apartheid, para uma cerimônia que comemorava seu aniversário.
(Reportagem adicional de Wendell Roelf)