(Reuters) -A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, em encontro bilateral em Bruxelas, a intenção de seu país de aprovar uma contribuição para o Fundo Amazônia dentro do orçamento dinamarquês, disse Lula no Twitter.
"Conheci hoje a primeira-ministra do Reino da Dinamarca, Mette Frederiksen, e conversamos sobre meio ambiente e a importância do combate às desigualdades. Ela me contou da intenção do país em aprovar, no orçamento dinamarquês, uma contribuição ao Fundo Amazônia", escreveu Lula, sem mencionar valores.
Com o anúncio, a Dinamarca deve se juntar a Noruega, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, que também já anunciaram contribuições ao fundo desde sua retomada no primeiro dia do mandado de Lula em 1º de janeiro.
O fundo foi criado com uma doação inicial de 1 bilhão de dólares da Noruega, enquanto a Alemanha contribuiu com 300 milhões de dólares. Reino Unido e Estados Unidos prometeram, respectivamente, 80 bilhões de libras e 500 milhões de dólares para o fundo.
Lançado em 2009, o fundo havia sido suspenso em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, que aboliu seu conselho de administração e seus planos de ação. Bolsonaro defendia a exploração dos recursos naturais da floresta amazônica e minimizava incêndios florestais.
Desde que tomou posse, Lula tem reiterado o compromisso de seu governo em zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e cobrado países ricos a cumprirem promessas de doações para nações em desenvolvimento lidarem com as mudanças climáticas.
Nesta terça-feira, Lula retomou as críticas durante live semanal transmitida em suas redes sociais e disse que buscará formar um bloco único de países interessados na preservação de suas florestas a caminho das negociações da COP28, que ocorrerá nos Emirados Árabes, em dezembro.
"Eu quero saber se as pessoas estão pagando a dívida que têm com o planeta Terra", disse. "Até agora não deram e me parecem que não querem dar. É melhor dizer a verdade: não quer dar o dinheiro, diz que não vai dar. Não fique alimentando a ilusão dos países pobres."
(Por Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)