Por Miranda Murray e Mindy Burrows
CANNES (Reuters) - O diretor do Festival de Cinema de Cannes, Thierry Fremaux, disse nesta segunda-feira que está aberto a permitir que manifestantes contra as mudanças climáticas entrem no tapete vermelho, enquanto o glamuroso evento se prepara para começar em meio a explosões de ativismo em ambos os lados do Atlântico.
Fremaux também disse que os artistas seriam bem-vindos para discutir questões decorrentes da greve dos roteiristas de Hollywood - e que ele teve um "diálogo positivo" com o sindicato francês CGT, que ameaçou cortar a energia do evento durante os protestos contra as mudanças previdenciárias no país.
Como nos últimos anos, a cidade de Cannes proibiu manifestações perto do centro do festival na tentativa de manter o foco nos filmes, que este ano incluem "La Chimera" de Alice Rohrwacher e "Fallen Leaves" de Aki Kaurismaki.
Mas a confluência de pelo menos três grandes movimentos de protesto tem colocado pressão incomum sobre os organizadores.
"Estamos no processo de conversar com Cyril Dion, o cineasta francês e ativista climático, porque um grande dia para o clima está sendo organizado para a próxima segunda-feira", disse Fremaux em coletiva de imprensa.
"Não é impossível que os recebamos no topo dos degraus para se expressarem", acrescentou.
É muito cedo para dizer que efeito a greve dos roteiristas teria sobre o festival, disse ele, mas o direito de greve tem de ser respeitado.