Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) decidiu atualizar o seu valuation para a Eletrobras (SA:ELET6) (SA:ELET3) considerando os possíveis cenários para a capitalização da empresa. O banco pretende representar de forma mais clara os prováveis ganhos de eficiência que a companhia pode ter com esse processo.
O Goldman Sachs reiterou a sua recomendação de compra para a Eletrobras, com os preços-alvo de R$ 46 para os papéis ON e de R$ 51 para os PN. Porém, o banco destaca que esses valores não refletem a capitalização da companhia.
Caso o cenário de venda da participação do governo se concretize, os preços-alvo passam para a variar entre R$ 65 e R$ 67,60 para as ações ON e entre R$ 71,80 e R$ 74,60 para as PN.
O potencial de capitalização da Eletrobras é de R$ 25 bilhões, calcula o Goldman Sachs com base no que foi indicado pelo governo, o que poderia levar a companhia a destravar entre R$ 65 bilhões e R$ 75 bilhões em valor. Isso, porém, depende da aprovação de pendências regulatórias e dos reflexos das eleições, que podem atrasar o processo.
Além disso, caso a aprovação final do projeto de capitalização não aconteça até o dia 12 de maio, a Eletrobras terá que adiar os seus planos para atualizar a sua proposta de forma a refletir o balanço do 1T22.
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Segundo o Goldman Sachs, a Eletrobras tende a ganhar valor se começar a operar de forma semelhante aos seus pares privados. A empresa teria maiores oportunidades de ganho de eficiência e crescimento a partir da sua atual alavancagem de 1x Dívida Líquida/Ebitda, que é um patamar bem baixo para o setor.
Outro ponto destacado pelo Goldman Sachs é que as renovações de concessões incluídas na proposta do processo de capitalização deixariam a Eletrobras com quase 60% de sua capacidade não contratada nos próximos anos. Isso aumentaria a exposição aos preços de energia e adicionaria volatilidade no mercado. Em um cenário pós-capitalização, o banco calcula que isso teria um impacto de R$850 milhões no Ebitda.