Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As receitas da Eletrobras (BVMF:ELET3) no segundo trimestre superaram as expectativas da Ativa Investimentos, devido aos melhores preços em contratos bilaterais de geração e do crescimento nas receitas anuais permitidas de suas transmissoras. Porém, as despesas operacionais continuam sendo um destaque negativo nos números sólidos da empresa de energia, aponta a corretora.
Às 12h23, as ações da Eletrobras subiam 3,16%, a R$ 48,38. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,01%, a 112.753 pontos.
Segundo o balanço divulgado pela Eletrobras, a receita operacional líquida cresceu 19% sobre o resultado do 2T21, para R$ 8,86 bilhões. O Ebitda ajustado ficou em R$ 4,86 bilhões, alta de 6%. O lucro líquido foi de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre deste ano, 45% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior.
“Em geração, destacamos ainda as receitas de suprimento, fornecimento e O&M ao passo que em transmissão, as receitas de operação e manutenção de linhas renovadas evoluíram R$ 38% sobre 1T21 e as receitas contratuais cresceram 46% no mesmo período”, comenta a Ativa em relatório divulgado nesta segunda-feira, 15.
No caso das despesas, a Eletrobras registrou leve aumento nos custos de energia para a revenda, influenciada pelo reajuste de preço de contratos vigentes e pelo aumento de volume de compras executado pela companhia.
O maior PMSO, com evolução anual de 21% com pessoal e 28% em serviços e materiais, também trouxe maiores despesas operacionais. A Ativa também destaca que a empresa apresentou reincidência de forte provisionamento no 2T22.
“Com relação a inadimplência da Amazonas Energia D, a companhia registrou um provisionamento de R$ 655,2 milhões. Ademais, a holding registrou uma provisão de R$ 242 milhões referente à compulsórios e, com relação a Santo Antônio, foram registrados mais R$ 890 milhões. As provisões totais neste trimestre ultrapassaram R$ 2,2 bilhões, contra R$ 0,9 bilhão no 2T21”, aponta a Ativa.
Ainda assim, a Eletrobras terminou o 2T22 com uma posição de caixa estável de R$ 15,5 bilhões e uma dívida líquida de R$ 34,9 bilhões, já considerando a consolidação de Santo Antônio que entrará nos resultados do 3T22. Isso faz com que a companhia tenha uma alavancagem de 1,7x, segundo cálculos da Ativa, que considera o valor confortável.
A Ativa recomenda compra das ações da Eletrobras, com preço-alvo em R$ 51.