Por Ian Ransom
MELBOURNE (Reuters) - A ex-jogadora da seleção neozelandesa Maia Jackman disse que o patrocínio saudita na Copa do Mundo Feminina seria uma "oposição total" ao empoderamento feminino e prejudicaria seu trabalho como embaixadora do torneio.
Austrália e Nova Zelândia, co-anfitriãs da Copa do Mundo deste ano, escreveram à Fifa na quarta-feira pedindo esclarecimentos urgentes depois que o jornal Guardian informou que a autoridade de turismo da Arábia Saudita, a Visit Saudi, será uma patrocinadora do torneio.
Jackman, uma das representantes de equipe de mulheres da Fifa que promove a Copa do Mundo, disse que aceitar o patrocínio saudita seria uma "mensagem de desempoderamento" para as mulheres.
"A Fifa tem muito poder para mudar o mundo para as mulheres e isso meio que vem à tona", disse ela ao site de notícias neozelandês Stuff.
"Se (o patrocínio saudita) for concretizado, isso afetará a forma como as pessoas veem o esporte. É difícil quando estamos nos esforçando tanto para levar as coisas adiante."
A Fifa e o Visit Saudi se recusaram a comentar sobre o patrocínio da Copa do Mundo, mas a perspectiva de um acordo comercial provocou indignação nos países anfitriões.
A Copa do Mundo Feminina vai de 20 de julho a 20 de agosto.
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, introduziu reformas que permitem às mulheres maior controle sobre suas vidas nos últimos anos, mas os homens ainda mantêm um controle rígido do poder no reino.