Por Sharon Bernstein
(Reuters) - Morreu nesta quarta-feira em sua casa em Berea, no Kentucky, a escritora feminista negra bell hooks, cujo trabalho pioneiro ganhou nova urgência em meio aos protestos por justiça racial que varreram os Estados Unidos após os assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor pela polícia.
Bell Hooks era o pseudônimo de Gloria Jean Watkins, que usava o apelido minúsculo para homenagear sua avó.
"A família de Gloria Jean Watkins está profundamente triste com o falecimento de nossa amada irmã", disseram as irmãs Gwenda Motley e Valeria Watkins em um comunicado no Twitter.
Hooks morreu em casa, cercada por familiares e amigos, aos 69 anos.
Quarta de sete irmãos, hooks nasceu em 1952 em Hopkinsville, no Kentucky.
Ela publicou seu primeiro livro de poemas em 1978 e, no final de sua vida, havia escrito 40 livros que foram traduzidos para 15 idiomas, disseram suas irmãs.
Depois de estudar e lecionar em várias universidades, ela voltou para Kentucky, lecionando no Berea College, que estabeleceu o centro bell hooks como um espaço inclusivo para estudantes historicamente sub-representados.
Seu trabalho sobre racismo, feminismo, gênero e outras questões chamou atenção especial durante os protestos de 2020.
“A família está honrada por Gloria ter recebido vários prêmios, homenagens e fama internacional por seus trabalhos como poetisa, autora, feminista, professora, crítica cultural e ativista social”, escreveram suas irmãs.
"Estamos orgulhosas de chamá-la de irmã, amiga, confidente e influenciadora."
A causa da morte foi insuficiência renal em estágio terminal, informou o Washington Post, citando a família da escritora.