Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo norte-americano concedeu nesta segunda-feira o agrèment para a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, indicada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a embaixada do Brasil em Washington, informou o Itamaraty.
Viotti, que era até recentemente chefe de gabinete do diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterrez, e já foi subsecretária geral de Ásia e Pacífico do Itamaraty, será a primeira mulher a chefiar a embaixada brasileira nos Estados Unidos, considerada um dos principais postos estratégicos da diplomacia do país.
Viotti chegou a ter seu nome cotado para assumir o Itamaraty, na intenção do governo de ter mais mulheres no primeiro escalão. Muito próxima do ex-ministro Celso Amorim --hoje assessor especial da Presidência--, a embaixadora tem uma das carreiras mais respeitadas do Itamaraty.
Pesou a favor da indicação do atual chanceler, Mauro Vieira, a boa relação que já tinha com o presidente Lula. O acordo para sua nomeação, no entanto, incluiu dar mais espaço para as mulheres na diplomacia com a nomeação para postos-chave, o que incluiu a embaixadora Maria Laura da Rocha para a secretaria-geral do Itamaraty e, agora, Viotti para Washington.
Com a concessão do agrèment --documento formal para que um embaixador atue naquele país--, Lula terá agora que enviar uma mensagem ao Senado com a indicação, e a embaixadora terá que passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores e ser aprovada no colegiado e também no plenário, o que deve ocorrer com facilidade.
A embaixada em Washington está sem titular desde o início do ano e vem sendo tocada por um encarregado de negócios, uma vez que uma das primeiras medidas de Vieira foi o afastamento do ex-embaixador Nelson Foster, muito ligado à família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula fará uma visita oficial aos Estados Unidos no próximo dia 10, mas Viotti ainda não terá assumido o posto.