Por Humeyra Pamuk
HONOLULU/DONETSK, Ucrânia (Reuters) - Os Estados Unidos disseram que a diplomacia ainda pode resolver o impasse com Moscou em relação à Ucrânia, mas acrescentou que o risco de uma invasão russa é alto o suficiente para justificar a retirada de funcionários da embaixada dos EUA em Kiev.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou após conversas no sábado com seus equivalentes no Japão e na Coreia do Sul, depois do alerta de Washington de que o Exército russo, que tem mais de 100.000 tropas posicionadas perto da Ucrânia, poderia invadir a qualquer momento. Moscou nega ter esse plano.
Reuniões e ligações telefônicas nos últimos dias entre o Ocidente e autoridades russas não produziram sinal de um avanço significativo, em semanas de tensões cada vez maiores.
O chanceler alemão Olaf Scholz deve se reunir com o presidente Vladimir Putin na terça-feira, mas uma fonte alemã disse que Berlim não espera "resultados concretos" dessas conversas.
Scholz deixaria claro que o Ocidente está unido e que qualquer agressão geraria "sanções dolorosas e consideráveis" sobre a Rússia, disse a fonte.
"A via diplomática continua aberta. A maneira para Moscou mostrar que deseja tomar esse caminho é simples. Deve diminuir, em vez de aumentar (as tensões)", disse Blinken, após suas reuniões no arquipélago do Havaí.
Em uma ligação de uma hora no sábado, o presidente norte-americano Joe Biden disse a Putin que o Ocidente responderia decisivamente a qualquer invasão à Ucrânia, acrescentando que isso produziria sofrimento generalizado e isolaria Moscou.
Uma autoridade sênior do governo Biden disse que a ligação foi substantiva, mas que não houve mudanças fundamentais.
O Kremlin disse que Putin falou a Biden que Washington falhou em levar em consideração as principais preocupações da Rússia e que não havia recebido "respostas substanciais" a elementos chaves das suas exigências de segurança.
Putin quer garantias dos EUA e da Otan que incluem impedir a entrada da Ucrânia à Otan, não instalar mísseis perto das fronteiras com a Rússia e reduzir a infraestrutura militar da Otan na Europa para os níveis de 1997.
Washington considera que não há nem discussão sobre muitas dessas propostas, mas tem pressionado o Kremlin a discuti-las em conjunto com Washington e seus aliados europeus.