WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu a libertação do repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich, que a Rússia acusa de espionagem, em ligação realizada neste domingo com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que por sua vez afirmou que Washington não deveria politizar o caso.
O serviço de segurança da Rússia, o FSB, divulgou na quinta-feira a prisão de Gershkovich, acusando-o de coletar informações sobre uma empresa de defesa russa que eram segredo de Estado.
O Wall Street Journal negou que Gershkovich estivesse espionando. A Casa Branca classificou como "ridícula" a acusação de espionagem, que acarretaria uma pena de prisão de até 20 anos.
"O secretário Blinken transmitiu a grave preocupação dos Estados Unidos com a detenção inaceitável de um jornalista cidadão norte-americano pela Rússia. O secretário pediu a libertação imediata dele", disse o Departamento de Estado dos EUA em comunicado que não mencionou o nome de Gershkovich.
Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que a declaração se referia mesmo a Gershkovich. De acordo com a lei dos EUA, o Departamento de Estado geralmente é proibido de falar nominalmente sobre um cidadão norte-americano, a menos que ele ou ela tenha assinado um termo de renúncia de privacidade.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que Lavrov afirmou a Blinken que é inaceitável que Washington politize o caso, acrescentando que o destino de Gershkovich será determinado por um tribunal.
Ele reforçou a afirmação do governo russo, sem ter apresentado nenhuma prova, de que o jornalista foi "pego em flagrante" na semana passada.